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Sob crise interna, EUA prometem manter pressão por trégua em Gaza

Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reúne com primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Jerusalém ocupada, em 1° de dezembro de 2023 [Departamento de Estado dos EUA/Agência Anadolu]

A Casa Branca prometeu que manterá esforços para pressionar por uma extensão da trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza sitiada, após sua mediação fracassar em Doha, capital do Catar, culminando na retomada dos bombardeios israelenses na manhã desta sexta-feira (1°).

“Continuaremos a trabalhar com Israel, Egito e Catar para estender a pausa humanitária em Gaza”, declarou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Washington sofre pressão interna e diplomática para pressionar o Estado ocupante por um cessar-fogo. O presidente Joe Biden insiste, contudo, em seu “apoio incondicional” a Israel, às vésperas de um conturbado ano eleitoral no qual deve enfrentar Donald Trump.

Neste mesmo contexto, o Departamento de Estado alertou Israel sobre a possibilidade de restrições de vistos a colonos ilegais engajados em atos de violência contra civis palestinos na Cisjordânia, afirmou um porta-voz à agência Reuters.

Segundo o relato, durante sua visita ao Estado ocupante, o secretário de Estado, Antony Blinken, advertiu ao governo sobre ações perpetradas por indivíduos.

O governo israelense se recusou a comentar o assunto.

Previamente, entretanto, Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, destacou que a retomada dos ataques israelenses a Gaza se deve ao “apoio continuado” do governo americano.

“A responsabilidade legal e política para a continuidade da agressão e do massacre repousa sobre Israel e Estados Unidos e alguns dos poucos governos que ainda apoiam o regime de apartheid”, advertiu Kanaani.

Resul Serdar, correspondente da Al Jazeera, explicou que o governo Biden sofre pressão doméstica cada vez maior em Estados cruciais ao processo eleitoral, onde comunidades árabes e muçulmanas podem ser decisivas.

Israel também enfrenta crise interna. Sob protestos por sua renúncia, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se recusa a assumir responsabilidade pelos ataques de 7 de outubro.

Segundo Serdar, o governo de Netanyahu luta por sua própria sobrevivência política.

“O único país que pode impor pressão a Israel para acabar com a guerra é os Estados Unidos”, acrescentou.

O número de mortos desde o fim da trégua já chegou a 109 vítimas, segundo o Ministério da Saúde do território costeiro. Outras centenas de pessoas foram feridas.

Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação surpresa do grupo Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. Cerca de 15 mil palestinos foram mortos nos 45 dias que antecederam a trégua, entre os quais mais de seis mil crianças e quatro mil mulheres.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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