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Israel destruiu Arquivo Central da Cidade de Gaza, confirma prefeito

Prefeito de Gaza, Yahya al-Sarraj, durante coletiva de imprensa em 17 de janeiro de 2023 [Salam Yasser/Apaimages]

Israel destruiu os Arquivos Centrais da Cidade de Gaza, contendo milhares de documentos históricos com mais de 150 anos, afirmou nesta quarta-feira (29) o prefeito Yahya al-Sarraj.

“Atacar os Arquivos Centrais representa um enorme perigo para nossa cidade, devido a seus milhares de documentos inestimáveis à comunidade”, reafirmou al-Sarraj à agência Anadolu. “Esses documentos representam parte integral de nossa história e cultura”.

“Os Arquivos Centrais contêm plantas de prédios antigos de valor histórico e documentos escritos à mão de conhecidas figuras nacionais”, observou.

São documentos de longa data, que foram incendiados, transformados em cinzas, apagando uma parte importante da memória palestina.

“A ocupação atacou diversos prédios, incluindo centros culturais e monumentos, além de parques públicos da municipalidade”, reiterou o prefeito. “Entre os locais atacados, está o Centro Cultural e Histórico Rashad al-Shawwa Historical, centro importantíssimo, com seu teatro e sua biblioteca, destruído sem qualquer justificativa”.

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A ocupação israelense destruiu também o Conselho Legislativo Palestino, câmara do poder legislativo em Gaza, o Parque Memorial do Soldado Desconhecido, explicou Sarraj.

A ocupação busca destruir tudo que é belo, apagar a memória palestina e impor uma política de obscurantismo, além de tornar nossas cidades inabitáveis.

Os ataques israelenses a elementos de identidade, cultura e patrimônio palestinos são parte de uma política colonial de memoricídio, a fim de exterminar não somente a presença nativa na Palestina, como sua história.

Entre os patrimônios alvejados, estão o Memorial dos Mártires do Navio Marmara, na zona portuária de Gaza, o monumento à jornalista Shireen Abu Akleh, executada por um soldado israelense no campo de refugiados de Jenin, e outro a Yasser Arafat, em Tulkarm, ambos na Cisjordânia.

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A maior biblioteca de Gaza não escapou da máquina de extermínio israelense, remetendo a queimas de livros comuns a regimes totalitários. Hosni Muhanna, porta-voz da prefeitura de Gaza, reiterou que os habitantes da cidade consideravam o local a memória do país.

Israel mantém presença armada em Gaza, após 45 dias de bombardeio em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. Desde o fim de semana, está em vigor uma trégua provisória para troca de prisioneiros. Cerca de 14 mil palestinos foram mortos, incluindo seis mil crianças e quatro mil mulheres.

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