Rapazes de origem palestina são baleados em crime de ódio nos EUA

Três rapazes de origem palestina foram baleados nos Estados Unidos no fim de semana, em um crime de ódio relacionado ao contexto da invasão israelense a Gaza, sua propaganda de guerra e a subsequente cobertura da imprensa corporativa favorável a Israel.

As vítimas — Hisham Awartani, Kinnan Abdel Hamid e Tahseen Ahmed —foram baleadas por um homem em uma rua próxima à Universidade de Vermont, em Burlington, no sábado (25) à noite. O agressor — Jason J. Eaton (48) — fugiu do local, mas foi identificado e preso.

As vítimas, todas com 20 anos de idade, continuam em cuidados médicos.

Dois dos rapazes foram baleados no torso e o terceiro na parte inferior do corpo. Segundo um comunicado da polícia de Burlington, emitido no domingo (26), “dois estão estáveis, o outro sofreu ferimentos mais graves”.

As vítimas vestiam o tradicional lenço palestino (keffiyeh) e falavam árabe, quando foram atacadas, indicando crime de ódio.

Segundo o Instituto para Compreensão do Oriente Médio (IMEU, da sigla em inglês), o agressor assediou verbalmente as vítimas antes de sacar a arma e abrir fogo. A polícia, contudo, alega que ele disparou quatro vezes sem dizer uma palavra.

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Duas das vítimas são cidadãos americanos, o terceiro é residente legal nos Estados Unidos. Todos os três são graduados do Colégio Amigos de Ramallah, escola secundária Quaker na Cisjordânia ocupada.

O ataque recebeu condenação de pessoas online mas também locais.

O chefe da polícia de Burlington, Jon Murad, comentou em nota: “Neste momento tenso, ninguém pode ver um incidente como este e não suspeitar de crime de ódio”. O prefeito, Miro Weinberger, destacou: “Os indícios de que este ataque a tiros foi motivado por ódio são aterradores e esta possibilidade está sendo priorizada”.

Israel bombardeou Gaza por mais de 45 dias, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. No momento, está em vigor uma trégua provisória para troca de prisioneiros. Neste entremeio, contudo, as forças ocupantes mataram mais de 14 mil pessoas, incluindo seis mil crianças e quatro mil mulheres.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não apenas reforçou seu apoio às ações de Israel, como aprovou um pacote bilionário em ajuda militar e difundiu desinformação e propaganda de guerra em favor do Estado de apartheid.

A posição da Casa Branca e de Tel Aviv é assessorada por uma cobertura racista da imprensa corporativa, análoga à atmosfera da “guerra ao terror” que incorreu na ocupação do Iraque.

Em 14 de outubro, um menino palestino-americano de seis anos foi esfaqueado 26 vezes em Plainfield, Illinois, pelo locatário do apartamento onde residia. Conforme relatos, o assassino de 71 anos foi levado ao crime após assistir o noticiário.

A abordagem de Biden, no entanto, gerou crise interna às vésperas de um conturbado ano eleitoral — no qual deve voltar a enfrentar Donald Trump. Progressistas americanos dizem que não votarão no incumbente democrata por seu apoio ao genocídio.

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