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Rapazes de origem palestina são baleados em crime de ódio nos EUA

Hisham Awartani, Kinnan Abdel Hamid e Tahseen Ahmed, baleados perto do campus da Universidade de Vermont, nos EUA, em 26 de novembro de 2023 [Reprodução]

Três rapazes de origem palestina foram baleados nos Estados Unidos no fim de semana, em um crime de ódio relacionado ao contexto da invasão israelense a Gaza, sua propaganda de guerra e a subsequente cobertura da imprensa corporativa favorável a Israel.

As vítimas — Hisham Awartani, Kinnan Abdel Hamid e Tahseen Ahmed —foram baleadas por um homem em uma rua próxima à Universidade de Vermont, em Burlington, no sábado (25) à noite. O agressor — Jason J. Eaton (48) — fugiu do local, mas foi identificado e preso.

As vítimas, todas com 20 anos de idade, continuam em cuidados médicos.

Dois dos rapazes foram baleados no torso e o terceiro na parte inferior do corpo. Segundo um comunicado da polícia de Burlington, emitido no domingo (26), “dois estão estáveis, o outro sofreu ferimentos mais graves”.

As vítimas vestiam o tradicional lenço palestino (keffiyeh) e falavam árabe, quando foram atacadas, indicando crime de ódio.

Segundo o Instituto para Compreensão do Oriente Médio (IMEU, da sigla em inglês), o agressor assediou verbalmente as vítimas antes de sacar a arma e abrir fogo. A polícia, contudo, alega que ele disparou quatro vezes sem dizer uma palavra.

LEIA: Hamas envergonha Israel e envia uma forte mensagem à ocupação

Duas das vítimas são cidadãos americanos, o terceiro é residente legal nos Estados Unidos. Todos os três são graduados do Colégio Amigos de Ramallah, escola secundária Quaker na Cisjordânia ocupada.

O ataque recebeu condenação de pessoas online mas também locais.

O chefe da polícia de Burlington, Jon Murad, comentou em nota: “Neste momento tenso, ninguém pode ver um incidente como este e não suspeitar de crime de ódio”. O prefeito, Miro Weinberger, destacou: “Os indícios de que este ataque a tiros foi motivado por ódio são aterradores e esta possibilidade está sendo priorizada”.

Israel bombardeou Gaza por mais de 45 dias, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. No momento, está em vigor uma trégua provisória para troca de prisioneiros. Neste entremeio, contudo, as forças ocupantes mataram mais de 14 mil pessoas, incluindo seis mil crianças e quatro mil mulheres.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não apenas reforçou seu apoio às ações de Israel, como aprovou um pacote bilionário em ajuda militar e difundiu desinformação e propaganda de guerra em favor do Estado de apartheid.

A posição da Casa Branca e de Tel Aviv é assessorada por uma cobertura racista da imprensa corporativa, análoga à atmosfera da “guerra ao terror” que incorreu na ocupação do Iraque.

Em 14 de outubro, um menino palestino-americano de seis anos foi esfaqueado 26 vezes em Plainfield, Illinois, pelo locatário do apartamento onde residia. Conforme relatos, o assassino de 71 anos foi levado ao crime após assistir o noticiário.

A abordagem de Biden, no entanto, gerou crise interna às vésperas de um conturbado ano eleitoral — no qual deve voltar a enfrentar Donald Trump. Progressistas americanos dizem que não votarão no incumbente democrata por seu apoio ao genocídio.

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