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Barghouti diz que trégua com Hamas quebra ‘tabus’ israelenses

Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, na Cidade de Gaza, em 23 de abril de 2014 [Ashraf Amra/ApaImages]

Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, partido de esquerda sediado em Ramallah, disse que a trégua provisória com a resistência palestina em Gaza deve romper uma série de “tabus” da ocupação israelense.

Barghouti reiterou que Israel recusou por 45 dias qualquer negociação de cessar-fogo ou troca de prisioneiros.

“O acordo abre as portas para encerrar por completo a brutal agressão contra nosso povo em Gaza”, destacou Barghouti à agência Quds Press. “O acordo não poderia ser alcançado sem a resiliência heroica de nosso povo e seus bravos combatentes na Faixa de Gaza, que enfrentaram o plano de transferência forçada e limpeza étnica”.

Contudo, alertou para eventuais “truques da ocupação para sabotar o acordo e intensificar seus crimes nas próximas 24 horas”.

Barghouti também pediu às partes mediadoras que imponham pressão imediata aos líderes israelenses, a fim de conter a escalada de soldados e colonos em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, incluindo campanhas de prisão.

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O Catar anunciou êxito dos esforços de mediação conjunta, com Egito e Estados Unidos, para uma trégua de quatro dias entre Israel e Hamas. O acordo inclui a libertação de 50 prisioneiros de guerra israelenses mantidos em Gaza em troca de 150 reféns palestinos detidos por Israel.

Israel reiterou, no entanto, que “continua em guerra” e protelou a implementação da primeira etapa do acordo para esta sexta-feira (24).

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

São 14.532 palestinos mortos em um mês e meio, incluindo seis mil crianças e quatro mil mulheres, além de mais de 35 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres. Quase 6.800 pessoas estão desaparecidas sob os destroços — provavelmente mortas.

Na Cisjordânia, são sete mil palestinos nas cadeias de Israel, dois mil dos quais presos em um mês — a maioria sem julgamento ou acusação; reféns, por definição.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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