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Israel avalia fechar seis ministérios para financiar genocídio em Gaza

21 de novembro de 2023, às 14h38

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, visita o assentamento de Kfar Aza, perto da fronteira com Gaza, 14 de novembro de 2023 [Gil Cohen-Magen/AFP via Getty Images]

Oficiais do Ministério das Finanças de Israel recomendaram o fechamento de diversos ministérios, incluindo o Ministério da Diáspora e de Combate ao Antissemitismo, para realocar recursos à agressão contra Gaza, reportou o jornal The Jerusalem Post.

“A decisão alimenta grande preocupação junto da diáspora judaica, que vê as pastas como contato vital com o Estado de Israel”, lamentou a reportagem.

O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, deve encaminhar uma emenda orçamentária ao gabinete na próxima semana, para ser aprovada, incluindo medidas de austeridade, em um contexto de crise interna, fragilidade social e institucional e firme pressão internacional por cessar-fogo.

Neste mesmo contexto, o assessor legal do governo, Gali Baharav-Miara, determinou que recursos da coalizão sem fins militares deveriam ser congelados.

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Outros ministérios afetados são Assuntos de Jerusalém, Patrimônio, Assentamento e Missão Nacional, Cooperação Regional e Igualdade Social.

Para financiar o genocídio em Gaza, federações sionistas na América do Norte angariaram US$638 milhões. O exército israelense realizou um evento nos Estados Unidos que obteve, contudo, apenas US$10 milhões.

Neste mês, o jornal especializado The Calcalist estimou que o custo da ofensiva israelense a Gaza aproxima-se de US$51 bilhões.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou um plano de US$14.5 bilhões em ajuda militar a Israel, incluindo US$4 bilhões para reabastecer os sistemas antimísseis, como o Domo de Ferro, e o arsenal do Estado ocupante.

Israel vem enfrentando baixas em Gaza, à medida que a operação se estende sem objetivo claro, exceto a limpeza étnica da população palestina nativa.

Vídeos viralizaram de tanques de guerra estimados em US$6 milhões sendo destruídos pela resistência palestina, com foguetes artesanais cujo custo de produção é calculado em torno de US$50 cada.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios contra Gaza, com mais de 13 mil mortos, incluindo 5.500 crianças e 3.500 mulheres. São mais de 32 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

Milhares de edifícios civis, incluindo hospitais, mesquitas, igrejas, escolas e abrigos, foram destruídos ou danificados. Milhares de pessoas estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

Israel impôs um cerco absoluto a Gaza — sem água, comida, eletricidade e combustível. Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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