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‘Cada dia mais perto’, diz bin Salman sobre normalização com Israel

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro saudita, em Nova Delhi, na Índia, 9 de setembro de 2023 [Evelyn Hockstein/AFP via Getty Images]

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante saudita, negou os rumores de que o reino tenha suspendido conversas com Israel, mediadas por Washington, ao declarar à rede de ultradireita Fox News que a normalização é mais provável “a cada dia que passa”.

A entrevista foi editada, traduzida ao árabe e transmitida pela emissora saudita Al-Ikhbariya.

Questionado sobre seu aval à normalização, destacou bin Salman: “É uma abordagem que a gestão do presidente [Joe] Biden terá de alcançar”.

“Para nós, a questão palestina é importantíssima”, insistiu, no entanto. “Precisamos resolver essa parte e tivemos boas negociações até então, mas veremos até onde. Esperamos chegar ao ponto de melhorar a vida dos palestinos, dada a posição de Israel no Oriente Médio”.

Em resposta a comentários do entrevistador sobre relatos de um impasse nas negociações, resumiu bin Salman: “Não é verdade”.

O entrevistador prosseguiu: “Então, da forma como você vê, estão perto de um avanço?”

“Cada dia, mais perto”, replicou vagamente o entrevista; porém sem formalizar avanços ou conceder detalhes sobre as negociações.

Nos meses recentes, a eventual normalização com o reino tomou as manchetes dos Estados Unidos e de Israel, à medida que a Casa Branca busca uma vitória diplomática à véspera do ano eleitoral. Obstáculos, entretanto, continuam no caminho, sobretudo a questão palestina e o programa nuclear saudita.

LEIA: A Arábia Saudita não se importa com a Palestina ou Jerusalém, mas sim com Israel

Sobre a possibilidade de Teerã obter um arsenal nuclear, reagiu bin Salman: “Nos preocupa que qualquer um tenha armas atômicas. É algo ruim. Você não precisa de algo assim porque não pode usar. Usar uma bomba atômica é como declarar guerra a todo o resto do mundo. Não podemos ver acontecer outra Hiroshima”.

Pressionado pela possibilidade de Teerã obter uma bomba atômica, no entanto, admitiu: “Se eles tiverem, temos de ter também”.

A Arábia Saudita normalizou laços com o Irã em março, sob mediação da China, após anos de distanciamento e conflitos por procuração.

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