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Israel executa transferência forçada na Cisjordânia, alerta ong B’Tselem

Forças israelenses reprimem protesto palestino contra obras coloniais na aldeia de Qaryut, na região de Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 15 de setembro de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O governo de Israel está conduzindo operações de transferência compulsória dos palestinos nativos na Cisjordânia ocupada, advertiu a ong israelense B’Tselem em nota divulgada nesta segunda-feira (18).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Israel trabalha para tornar insuportável a vida dos residentes de áreas que deseja anexar, a fim de obrigá-los a deixar suas casas e terras”,

declarou a B’Tselem. “Trata-se de uma política ilegal que implica Israel no crime de guerra de transferência forçada”.

A lei internacional proíbe qualquer tipo de transferência compulsória de populações nativas dos territórios ocupados — não importam as circunstâncias.

A organização de direitos humanos reiterou que os palestinos da Cisjordânia sofrem ataques reiterados de soldados e colonos ilegais.

Prosseguiu a nota:

Expulsar os pastores de seus campos, agredir fisicamente residentes, invadir suas casas no meio da madrugada, deflagrar incêndios, aterrorizar rebanhos, vandalizar colheitas, roubar propriedades, obstruir estradas e destruir caixas d’água são apenas algumas das violações impostas por colonos diariamente sobre dezenas de comunidades palestinas, ao obrigá-las a conviver com uma rotina atroz e horripilante.

“Esta violência incessante é encorajada pelo Estado para servi-lo”, explicou a B’Tselem. “Sem ninguém para protegê-los e sem nenhuma alternativa, ao menos seis comunidades deixaram suas casas nos últimos dois anos. Outras dezenas estão em risco imediato de deslocamento forçado”.

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A ong israelense denunciou membros do atual governo de ultradireita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por incitar ataques contra os palestinos nativos. “[Ministros] exaltam a violência dos colonos e apagam, com seus atos, sequer a aparência de um sistema funcional de justiça”.

Em março, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, pediu pelo esvaziamento da aldeia de Huwara — política descrita como análoga aos pogroms.

Conforme estimativas, cerca de 700 mil colonos vivem em 164 assentamentos e 116 postos avançados na Cisjordânia ocupada — todos ilegais sob a lei internacional.

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