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Talibã pede ‘paciência’ sobre direito das mulheres

Khalifa Sirajuddin Haqqani, ministro do Interior do Talibã, se encontra com delegação da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) em Cabul, capital do Afeganistão, em 4 de setembro de 2023 [@MJalal0093/X]

Ao receber emissários da Organização para Cooperação Islâmica (OCI) em Cabul, nesta segunda-feira (4), Khalifa Sirajuddin Haqqani, ministro do Interior afegão e membro do governo interino do grupo fundamentalista Talibã, pediu “paciência” sobre o direito de mulheres e meninas à educação.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“A educação das meninas é uma necessidade de nossa sociedade e essa questão será solucionada conforme nossos parâmetros”, insistiu Haqqani.

Na rede social X, antigo Twitter, seu gabinete afirmou que a delegação “enalteceu alguns dos decretos” impostos pelo Talibã sobre os direitos das mulheres.

Desde seu retorno ao poder, em agosto de 2021, o Talibã baniu as mulheres das salas de aula no país, sob ampla condenação internacional.

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Uma delegação da OCI chegou a Cabul na quinta-feira (31) para se reunir com religiosos locais, além de ministros e oficiais do governo de facto.

Segundo o ministério afegão, os membros da delegação observaram que a “educação é um direito comum de homens e mulheres”, expressão corroborada por Haqqani.

“Junto da educação religiosa, o ensino moderno leva ao desenvolvimento da sociedade”, argumentou a nota.

“O governo talibã não é como nos mostram ao mundo e os afegãos são plenos de gentileza e cooperação”, declarou Haqqani. “Nosso governo manterá esforços para solucionar cada uma de nossas verdadeiras falhas”.

Segundo sua pasta, a delegação saudou o grupo islâmico por dar “segurança e estabilidade” ao Afeganistão.

“O Talibã manteve a paz no país ao implementar sua excelente política monetária, impedir o [Daesh ou Estado Islâmico] de cometer crimes, combater as drogas e cumprir muitas de suas promessas à organização [OCI]”, concluiu o comunicado.

Estados e entidades internacionais alertam que a opressão às mulheres frustra eventuais avanços no reconhecimento internacional do governo do Talibã.

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