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Parlamentares árabes e muçulmanos pedem soltura de Ghannouchi na Tunísia

26 de junho de 2023, às 13h49

Rashid Ghannouchi, líder do partido Ennahda, em Túnis, capital da Tunísia, em 21 de setembro de 2021 [Yassine Gaidi/Agência Anadolu]

Dezenas de congressistas árabes e muçulmanos reivindicaram em nota que autoridades da Tunísia libertem políticos detidos, ao conclamar colegas de todo o mundo à iniciativa.

O Fórum Internacional de Parlamentares Islâmicos emitiu um comunicado assinado por 181 políticos de diversos países, para expressar solidariedade aos legisladores presos na Tunísia e denunciar a injustiça imposta contra eles.

Segundo a carta, as medidas do executivo ferem a liberdade e os alicerces da democracia no Estado norte-africano, representando retorno de práticas anteriores à chamada Revolução de Jasmim – isto é, o levante popular que depôs o ditador Zine el-Abidine Ben Ali, em 2011, no contexto da Primavera Árabe.

O documento advertiu para a perpetuação de um estado de frustração e desespero entre os tunisianos, frequentemente proativos na busca por justiça e dignidade.

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Meses atrás, o governo de Kais Saied ordenou prender dezenas de opositores, com destaque para o ex-chefe do parlamento Rashid Ghannouchi, além dos deputados Rashid al-Khayari, Mehdi Ben Gharbia, Issam al-Shabi, Walid al-Jallad e Mohamed Ben Salem.

Os ex-congressistas Ahmed al-Ammari, Habib al-Louz, Ahmed al-Mashriqi e Ghazi Chawashi também foram detidos, assim como o ex-premiê Ali Laarayedh, entre outros.

Em 16 de junho, o chefe da Frente de Salvação Nacional, Ahmed Najib Chebbi, denunciou o presidente por “criminalizar” a oposição. Logo em seguida, foi interrogado por alegações de “conspirar contra a segurança do Estado”.

Saied tomou poderes quase absolutos em julho de 2021, ao dissolver o parlamento e passar a governar por decreto. Suas ações são denunciadas como golpe. O presidente, no entanto, insiste em “salvar o país” da instabilidade e corrupção.

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