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EUA instam Israel a implementar acordo de igualdade de culto em Jerusalém

Obras próximas do Muro das Lamentações, a sudoeste da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 17 de janeiro de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

A administração do presidente dos Estados Unidos Joe Biden instou Israel neste domingo (16) a expandir o espaço designado para orações igualitárias no Muro das Lamentações, na cidade de Jerusalém ocupada.

“Visitei o Muro Ocidental pela primeira vez hoje e me encontrei com o rabino responsável, Shmuel Rabinowitz”, reportou no Twitter o cônsul americano para Liberdade Religiosa, Rashad Hussain. “Reiterei o apoio dos Estados Unidos para implementar o acordo do Muro Ocidental, com intuito de expandir o espaço igualitário no muro”.

O pacto foi proposto em 2017, pelo governo anterior do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, com  amplo apoio de todo o espectro político e religioso. Netanyahu, no entanto, suspendeu sua implementação após pressão do partido ortodoxo Judaísmo Unido do Torá e do partido sefardita Shas. Ambos exigiram a revogação dos termos, ao ameaçar deixar o governo.

O Muro das Lamentações é um lugar de oração para os judeus. Colonos extremistas descrevem o local como um todo – isto é, o complexo da Mesquita de Al-Aqsa – como Monte do Templo, como forma de pressionar pela mudança do status religioso de Jerusalém.

Membros da coalizão anterior de Naftali Bennett e Yair Lapid se comprometeram a implementar o acordo, mas voltaram atrás devido a disputas internas da coalizão, prolongando ainda mais um ponto de conflito com a diáspora judaica.

A declaração pública do embaixador americano sucede o ataque de Israel a fiéis e sacerdotes cristãos que participavam das celebrações do Sábado de Aleluia, em Jerusalém, denunciadas como violações flagrantes do direito internacional.

Hussain também visitou a Mesquita Al-Aqsa para as orações de sexta-feira e se encontrou com o  sheikh Azzam al-Khatib, diretor do Departamento de Recurso Islâmicos (Waqf) de Jerusalém.

Segundo o Escritório de Assuntos Palestinos dos Estados Unidos, Hussain e al-Khatib “discutiram os incidentes durante o Ramadã e reafirmaram o compromisso americano com o status quo em Jerusalém”.

Este ano, a sensibilidade em torno dos festivais sagrados na Cidade Velha mostrou tensões em particular, ao coincidir o mês islâmico do Ramadã, a Páscoa cristã e o Pessach judaico.

A família real da Jordânia tem custódia dos locais islâmicos e cristãos e nomeia membros do Departamento de Waqf, que supervisiona os respectivos santuários.

Israel capturou Jerusalém em 1967 e anexou toda a cidade em 1980, em uma medida jamais reconhecida internacionalmente.

LEIA: Israel está em uma espiral descendente de autodestruição

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