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Professores israelenses usam grupo de WhatsApp para discriminar estudantes etíopes

Professores israelenses da cidade de Netivot foram flagrados se comunicando em um grupo do WhatsApp chamado "Viagem escolar das meninas negras", para aludir a estudantes etíopes, em meio a uma excursão escolar de três dias [@danielamram3/Twitter]
Professores israelenses da cidade de Netivot foram flagrados se comunicando em um grupo do WhatsApp chamado "Viagem escolar das meninas negras", para aludir a estudantes etíopes, em meio a uma excursão escolar de três dias [@danielamram3/Twitter]

Professores israelenses da cidade de Netivot foram flagrados se comunicando em um grupo racista do WhatsApp chamado “Viagem escolar das meninas negras”, para aludir a alunas etíopes, durante uma viagem escolar de três dias.

Os estudantes que flagraram as expressões de racismo estavam sentados logo atrás de seus professores no ônibus, durante uma viagem escolar realizada no domingo (12), quando notaram que os responsáveis digitavam e riam diante da tela de seus celulares.

Uma das meninas tirou fotos da conversa e compartilhou com o resto da turma. Então postou uma mensagem de repúdio endereçada ao corpo docente nas redes sociais, anexando imagens das mensagens ofensivas.

Escreveu a aluna: “Bom dia a todos os ‘educadores’ desta escola. Me entristece como membro da comunidade etíope ver o nível que vocês chegaram hoje. Em vez de nos ensinarem, darem exemplo e nos fazerem sentir como se estivéssemos em um lugar seguro, fizeram exatamente o contrário.”

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“Abrir um grupo chamado ‘Viagem escolar das meninas negras’ sem sequer perceber que havia estudantes atrás de vocês e zombar de seus alunos? Eu vejo as fotos e não acredito que as mensagens venham de nossos professores”, acrescentou. “Vocês são uma vergonha, sinto vergonha de tê-los como professores, que estão ensinando a próxima geração.”

A comunidade etíope compreende 1,6% da população israelense. Judeus etíopes no estado colonial sionista costumam sofrer discriminação em lugares públicos.

De acordo com a BBC, os professores envolvidos foram suspensos e se desculparam.

Em resposta, o diretor da escola emitiu uma declaração expressando “choque e consternação pelos comentários extremamente ofensivos e deploráveis dos professores sobre os estudantes etíopes matriculados na escola”.

“A administração da escola vê esses comentários com seriedade. Não há lugar para comentários racistas e não os permitiremos em nossa escola”, reiterou.

O ministro da Educação de Israel, Yoav Kisch, também rechaçou os docentes: “O incidente será tratado com rigor com todas as ferramentas à nossa disposição. Lamento o sofrimento causado aos alunos. Haverá tolerância zero para esse tipo de incidente sob minha gestão.”

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