Soldados da ocupação israelense invadiram o Hospital da Sociedade Beneficente Islâmica Al-Makassed em Jerusalém Oriental na noite desta quinta-feira (9), informou a agência de notícias Wafa.
De acordo com fontes locais, soldados forçaram sua entrada no hospital após a morte de um menino palestino de 15 anos.
Walid Saad Daoud Nassar foi transferido para Al-Makassed do Hospital Al-Razi em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em estado grave, após ser baleado no abdômen por um soldado israelense durante uma nova operação militar ao campo de refugiados, na última terça-feira (7).
No entanto, foi declarado morto na manhã de ontem, tornando-se o 15º menino palestino morto por Israel somente em 2023. As informações foram corroboradas pela ong Defence for Children International – Palestina.
No início do ano, o exército israelense atacou o Hospital Público de Jenin com munição real.
A ministra da Saúde da Autoridade Palestina (AP), Mai Al-Kaila, denunciou “os crimes da ocupação ao visar hospitais e ameaçar a vida dos pacientes”.
Al-Kaila enfatizou que “este ataque não é o primeiro a ocorrer contra hospitais e seus funcionários”. A ministra reforçou seu apelo para que organizações internacionais e de direitos humanos intervenham “em defesa das instalações médicas, cuja salvaguarda é garantida pelo direito internacional, mesmo em tempos de guerra e conflito”.
O exército israelense frequentemente invade cidades e aldeias da Cisjordânia. Muitas vezes, invadem casas palestinas para conduzir prisões.
Em 2021, grupos de direitos humanos israelenses concluíram que “o dano causado por invasões domiciliares é particularmente grave, pois priva indivíduos, famílias e comunidades da certeza fundamental de que sua casa é seu castelo”.
“Invasões domiciliares são inerentes ao regime de apartheid em vigor na Cisjordânia”, reiteoru o diretor executivo da ong Yesh Din, Lior Amihai, na época.
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