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Advogados do Egito suspendem trabalho em protesto à prisão de seis colegas

Suprema Corte Constitucional do Egito, no Cairo, 25 de fevereiro de 2015 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

A Ordem dos Advogados do Egito decidiu suspender seus trabalhos nos tribunais por um prazo indefinido, a partir de quinta-feira (19), e convocou uma reunião emergencial de seu Conselho Federativo, diante da prisão e condenação de seis de seus membros.

Nesta quarta-feira (18), um tribunal na província fronteiriça de Marsa Matrouh, oeste do Egito, sentenciou seis advogados a dois anos de prisão e trabalhos forçados, além de outros dois sob liberdade condicional, ao acusá-los de agredir funcionários judiciais.

Em 8 de janeiro, uma discussão deflagrou-se entre um advogado e um meirinho; trabalhadores e outros advogados intervieram. O chefe do Tribunal Penal foi então abordado para encerrar o embate, ao demitir todos os envolvidos.

Não obstante, o debate evoluiu a agressões físicas e os advogados presentes foram detidos por quatro dias, à espera de investigações. Os funcionários foram soltos e mantiveram o emprego. Em questão de dez dias, os advogados foram julgados e condenados.

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A entidade profissional afirmou no Facebook: “Fizemos contato com todas as partes relevantes assim que fomos informados do incidente, para tratá-lo de maneira objetiva e inteligente, com base em uma análise detalhada dos fatos, incluindo coleta de testemunhos e evidências físicas, em particular, todos os registros das câmeras de segurança”.

No entanto, queixou-se de “uma inexplicável insistência e claro intuito de manter os colegas em detenção preventiva, apesar da falta de motivos, além de uma pressa injustificada para remetê-los a julgamento sem concluir adequadamente o inquérito e chegar a verdade e justiça”.

“Apesar disso”, acrescentou, “nossa associação e seus sindicatos filiados exercem o máximo de comedimento, tendo em mente os interesses dos colegas envolvidos na crise e seus familiares, além do melhor para nossa pátria, que vivencia difíceis circunstâncias sob as quais disputas são intoleráveis”.

“Diante da falta de avanços para solução da crise, até então, a Ordem dos Advogados do Egito decidiu suspender seu trabalho e presença nas cortes penais e nos inquéritos da promotoria do Estado em todo a República, como primeiro passo, a começar na manhã de quinta-feira, 19 de janeiro, por período indefinido. Todos os sindicatos filiados se comprometeram com a medida”, observou a nota.

A federação convocou ainda um encontro de emergência nesta sexta-feira (20), para debater as medidas legais a serem tomadas como recurso sobre a prisão dos colegas. O judiciário marcou uma nova audiência sobre o caso no próximo domingo (22).

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