Portuguese / English

Middle East Near You

EUA condenam parlamentar israelense por celebrar fundador de grupo terrorista

Itamar Ben-Gvir, líder do partido Otzma Yehudit e membro de extrema-direita do Knesset (parlamento israelense), realiza campanha em Jerusalém ocupada, 28 de outubro de 2022 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, condenou o parlamentar israelense Itamar Ben-Gvir por sua postura ‘odienta’ em atender a uma cerimônia em memória do rabino extremista Meir Kahane.

Kahane – nascido em Nova York – fundou o partido Kach, mais tarde criminalizado. Seus ideais incluíam a expulsão de todos os palestinos nativos da Palestina histórica – do rio Jordão ao Mar Mediterrâneo; território que insistia em descrever como “Terra de Israel”.

Apesar de seu reconhecimento internacional como extremista, o controverso rabino prevalece como figura reverenciada na sociedade radicalizada de Israel. Kahane inspirou criminosos como Baruch Goldstein, que matou 29 muçulmanos na Mesquita Abraâmica (Túmulo dos Patriarcas), em Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 1994. Outros 125 fiéis foram feridos pelo ataque.

Ben-Gvir – antes filiado ao movimento Kach – e sua coalizão de extrema-direita emergiu como fazedor de reis das eleições israelenses na semana passada, ao vencer o terceiro maior número de assentos no Knesset (parlamento), com 14 deputados. O bloco ultranacionalista é crucial ao retorno de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro.

LEIA: A ‘conturbada ruptura’ de judeus americanos com Israel torna-se ainda mais conturbada

Bem-Gvir (46) deve obter um cargo ministerial de destaque.

Price criticou a presença do legislador na cerimônia anual em homenagem a Kahane: “Celebrar o legado de uma organização terrorista é odiento. Nos preocupa o uso do legado de Kahane e a retórica adotada por extremistas e ativistas violentos de direita”.

“Não há outra palavra – é odiento”, reafirmou Price, ao observar que Washington listou o grupo como organização terrorista global.

Em sua conta do Twitter, Ben-Gvir enalteceu sua presença na cerimônia como reconhecimento do “amor a Israel” e da “luta pelo judaísmo soviético, contra o antissemitismo” promovidos por Kahane.

Ben-Gvir foi aclamado pelo público presente ao repetir sua promessa de campanha de deportar “terroristas” – termo que adotou para descrever palestinos que atiram pedras, além de colegas do parlamento israelense de origem árabe-palestina.

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosIsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments