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Argélia e França avançam para normalizar laços à sombra de um passado colonial

Presidente da França Emmanuel Macron e Presidente da Argélia Abdelmadjid Tebboune em Argel, 25 de agosto de 2022 [Hamza Zait/Agência Anadolu]

Argélia e França parecem decididas a remendar relações, após novas tensões no último ano. No entanto, permanece incerto se ambos os países serão capazes de virar a página de um passado colonial em comum. As informações são da agência de notícias Anadolu.

A Argélia comemora hoje – 1° de novembro – o início da revolução por independência.

Todavia, questões históricas ainda em aberto continuam a impactar relações bilaterais. A França ocupou a Argélia por 132 anos, até que o país norte-africano conquistou sua libertação, após sete anos de duras batalhas, em 5 de julho de 1962.

Em 2021, os países voltaram a romper laços após Paris reduzir o número de vistos concedidos a cidadãos argelinos, além de declarações do presidente Emmanuel Macron nos quais questionou a identidade nacional argelina sob o período colonial.

Em outubro, o estado argelino respondeu ao ordenar o retorno de seu embaixador na França e proibir que aviões militares franceses sobrevoassem seu território. Vários ministérios baniram o uso do idioma francês de sua correspondências oficiais.

Em janeiro, o embaixador argelino retornou a Paris. Macron conduziu uma visita de três dias ao estado norte-africano em agosto. A premiê francesa Elisabeh Borne encabeçou uma delegação em outubro, quando viajou a Argélia como sinal de boa vontade.

Ainda em agosto, ambos os países decidiram estabelecer um comitê conjunto para trabalhar nos arquivos do período colonial e assinaram uma declaração de “parceria renovada” – incluindo os termos de consulta política sobre questões regionais e internacionais.

Embora as medidas possam levar a normalização, restam feridas de um passado amargo. Entre as quais: devolução de todos os crânios de combatentes da resistência decapitados pela França; fim do sigilo sobre inúmeros arquivos de guerra; esclarecimento sobre o destino de milhares de pessoas desaparecidas desde a guerra; e indenização às vítimas de testes nucleares no deserto argelino, entre 1960 e 1966.

LEIA: A guerra da independência da Argélia contra a colonização francesa

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