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Filme da Marvel terá ‘super-heroína’ israelense Sabra

Ativistas online observaram como o nome 'Sabra' é absolutamente insensível devido ao massacre israelense contra palestinos em Sabra e Shatila, em 1982

O Marvel Studios, parte do conglomerado The Walt Disney Company, anunciou no sábado (10) que o próximo filme do Capitão América – intitulado, em inglês, Captain American: New World Order – será a estreia de sua “super-heroína” israelense Sabra.

Sabra apareceu pela primeira vez nas páginas da Marvel Comics em 1980, nos quadrinhos do Incrível Hulk. A personagem é descrita como a primeira “super-heroína” a servir ao Mossad – agência de espionagem israelense, conhecida por violações, assassinatos e tortura.

Segundo a rede The Direct, seus poderes abrangem força, resiliência, agilidade e fator de cura.

Contudo, o controverso anúncio da gigante cinematográfica atraiu uma onda de críticas. Usuários online observaram como o nome ‘Sabra’ é absolutamente insensível devido ao massacre israelense contra palestinos em Sabra e Shatila, em 1982

Em 16 de setembro de 1982, após a invasão israelense no Líbano, forças paramilitares do grupo de extrema-direita Falange Cristã investiram contra os campos de refugiados de Sabra e Shatila, a oeste de Beirute, e mataram centenas de palestinos, na vasta maioria civis – algumas análises apontam milhares de vítimas.

O exército israelense efetivamente auxiliou a chacina, ao cercar ambas as áreas e fornecer tratores aos falangistas para que enterrassem os corpos dos palestinos em covas coletivas.

Yumna Patel, diretora de notícias da rede Mondoweiss para a Palestina histórica observou: “Dizer que um super-herói israelense chamado Sabra é problemático e ofensivo a todos os palestinos mortos e marginalizados pelo colonialismo israelense é o eufemismo do século”.

“O próprio personagem serviu ao Mossad, agência que executou, encarcerou e arruinou as vidas de inúmeros palestinos”, acrescentou Patel. “A premissa de seu arco heroico repousa sobre sua luta contra ‘terroristas árabes’ que operam em Israel”.

Segundo as histórias em quadrinhos, a super-heroína israelense cresceu em um kibutz especial administrado pelo governo israelense, com intuito de “nutrir” suas capacidades mutantes. Nos desenhos, Sabra costuma ser descrita como “a super-heroína do Estado de Israel”.

LEIA: O massacre de Sabra e Chatila foi crime de guerra de Israel, diz Fatah

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