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AIEA alega dúvidas sobre tom pacífico do programa nuclear do Irã

Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), discursa na sede da organização em Viena, Áustria, 1° de abril de 2022 [Joe Klamar/AFP via Getty Images]

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alegou nesta quarta-feira (7) “não estar em posição de conceder garantias de que o programa nuclear iraniano é exclusivamente pacífico”.

Segundo a rede de notícias AFP, a agência de monitoramento da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou não haver progresso na resolução de questões pendentes sobre materiais nucleares encontrados em locais não-declarados.

Teerã continua a enriquecer urânio em locais secretos e excedeu seus limites estabelecidos pelo Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) – ou acordo nuclear iraniano, assinado entre a república islâmica e potências internacionais em 2015; revogado três anos depois pela Casa Branca.

Conforme a AIEA, seu diretor-geral Rafael Grossi está “cada vez mais preocupado que Teerã não esteja engajado com a agência sobre salvaguardas extraordinárias durante o período de redação de nosso relatório; portanto, não há progresso em solucionar as questões”.

Segundo a AIEA, as reservas totais de Teerã – em 21 de agosto – equivaliam a 3.940 kg, muito acima dos 131.6 kg identificados no último relatório trimestral.

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Segundo a agência Reuters, as atuais reservas iranianas de urânio enriquecido extrapolam em 19 vezes o limite estabelecido pelo acordo.

Teerã insiste que seu programa atômico tem motivação pacífica. Contudo, alguns oficiais passaram a comentar abertamente sobre a capacidade iraniana de construir uma bomba atômica – “caso necessário”.

Na quarta-feira (7), a imprensa israelense reportou que o acordo sofreu um revés após o Irã aventar novas demandas que Washington se recusa a aceitar.

Há rumores de que a república islâmica abdicou de sua exigência de que os Estados Unidos removam a Guarda Revolucionária – unidade de elite do exército iraniano – de sua lista de entidades que patrocinam o terrorismo.

Não obstante, o Irã insiste na promessa americana de que futuros governos tenham de se comprometer ao pacto, caso deferido pela atual gestão de Joe Biden. O presidente e seus assessores alegam não ter jurisdição para transformar o acordo em política de estado.

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