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Embaixada dos EUA coleta detalhes sobre abusos de batalhão israelense que atua na Cisjordânia ocupada

Cerimônia fúnebre realizada para o palestino Omar Asad, de 80 anos, na vila de Jiljilya, em Ramallah, Cisjordânia, em 13 de janeiro de 2022. [Issam Rimawi/ Agência Anadolu]

O Departamento de Estado dos EUA está trabalhando em um relatório sobre um batalhão do exército israelense operando na Cisjordânia ocupada após o assassinato do idoso  palestino-americano Omar Asad, 80, no início deste ano, informou o Haaretz na terça-feira. Segundo o diário israelense, a Embaixada dos Estados Unidos em Israel foi incumbida de preparar o relatório sobre o batalhão Nahal Haredi, cujos soldados servem apenas no território palestino ocupado.

Os EUA aparentemente se interessaram por este batalhão depois que foram publicados relatórios sobre vários incidentes de agressão contra palestinos, um dos quais foi Asad. Diz-se que o batalhão tem racistas e fanáticos religiosos em suas fileiras. A embaixada está coletando dados sobre suas atividades por meio de entrevistas com palestinos e israelenses e de relatórios divulgados pela mídia israelense e grupos de direitos humanos.

O site Electronic Intifada destacou que Asad esteve na casa de um primo uma noite de janeiro desfrutando de uma típica reunião com a família, comendo, tomando café, assistindo TV, jogando cartas e conversando. Ele saiu de casa depois da meia-noite para dirigir a curta distância para casa e foi parado por soldados israelenses.

“Omar foi arrastado do carro pelas IDF [exército israelense] com tanta força que um de seus sapatos foi arrancado de seu pé e permaneceu no carro”, escreveu o advogado da família Asad, Stanley Cohen, ao procurador-geral dos EUA, Merrick Garland. “Ele foi algemado com braçadeiras, as mãos atrás das costas, a boca coberta com fita adesiva e os olhos vendados ou cobertos com um saco.”

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Cohen acrescentou que, “pela posição de seu corpo, sabe-se que ele foi arrastado de seu carro por muitos metros de distância e forçado a marchar ou andar, com as mãos amarradas e a boca coberta, dificultando a respiração”.

Com base em relatos de testemunhas oculares, o Washington Post informou que Asad foi levado para um canteiro de obras onde outros palestinos também estavam sendo detidos. Eles viram um soldado israelensechecar o homem de 80 anos que “estava imóvel sobre as pedras da pavimentação de uma casa inacabada” e então, segundo o Post, os soldados saíram “quase imediatamente”.

“Quando os soldados da IDF perceberam que Omar Assad havia morrido sob sua custódia”, escreveu Cohen, eles “fugiram às pressas [sic] durante a noite”.

Como se tornou a norma, o exército de ocupação israelense ordenou uma investigação, mas apenas repreendeu os soldados envolvidos no incidente.

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