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Judeus são minoria em Israel e territórios ocupados, alerta demógrafo israelense

Aldeia de Majdal Shams, nas colinas de Golã, expropriadas ilegalmente da Síria por Israel, em 28 de dezembro de 2021 [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

A comunidade judaica em Israel e nos territórios palestinos ocupados chegou a menos de 47% da população total, confirmou Armon Soffer – proeminente demógrafo israelense e professor da faculdade de geografia da Universidade de Haifa.

Em entrevista concedida à rádio militar israelense, nesta quarta-feira (31), Soffer observou que a maioria dos judeus israelenses não tem ciência do movimento demográfico contrário, que os coloca como minoria governante no autoproclamado “estado judeu”.

A conclusão de Soffer decorre de um estudo que leva em consideração as centenas de milhares de residentes não-judeus privados da cidadania israelense.

Segundo sua pesquisa, há hoje 7.45 milhões de judeus na soma do território considerado Israel – ocupado durante a Nakba, através de limpeza étnica, em 1948 –, Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza sitiada. Em contraponto, há 7.54 milhões de palestinos e “árabe-israelenses”.

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Entretanto, ao levar em conta o número de não-israelenses, a parcela judaica cai a 46-47% do total. Segundo Soffer, embora a taxa de natalidade entre judeus seja maior nos anos recentes, o mesmo vale para a taxa de mortalidade. Dessa maneira, a população árabe é mais jovem em média, o que sugere crescimento demográfico mais acelerado.

Soffer é um influente pesquisador do Colégio de Comando e Treinamento do Exército de Israel. Diversos políticos – incluindo os ex-premiês Benjamin Netanyahu e Ehud Barak – adotaram sua pesquisa para estabelecer políticas demográficas.

Soffer é também um dos autores que advertiu as autoridades da ocupação sobre uma “bomba-relógio demográfica” em Israel, termo cunhado na década de 1980. Conforme seus cálculos, os árabes superariam a população judaica na Palestina histórica em torno de 2010.

Um artigo de opinião publicado no último ano pelo jornal israelense Haaretz observou que a controversa Lei de Cidadania de Israel seria um mecanismo para manter a maioria judaica de jure, a despeito da maioria árabe-palestina de facto.

Segundo o texto, “a perda da maioria judaica significa o fim do sionismo e desaparecimento do Estado de Israel”. O resultado provável seria um “estado único binacional, com maioria árabe”.

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