Neste domingo (31), associações islâmicas de Jerusalém ocupada alertaram Israel contra planos de ampliação do Portão de Magharbeh, que concede acesso à Mesquita de Al-Aqsa. A proposta do governo israelense serve de resposta a apelos de colonos extremistas para ocupar o terceiro lugar mais sagrado do mundo islâmico.
Assinaram a declaração: o Conselho de Santuários, Recursos e Assuntos Islâmicos; o Supremo Conselho Islâmico; o Daruf Ifta da Palestina; a Corte de Justiça de Jerusalém; o Departamento de Recursos Islâmicos; e o Departamento de Assuntos da Mesquita de Al-Aqsa.
“A consistente provocação de grupos do chamado Templo do Monte, que reivindicam a expansão do Portão de Magharbeh, é bastante perigosa”, destacou o comunicado. “A mesquita seu complexo – integralmente – permanecem no âmago da crença religiosa de muçulmanos de todo o mundo”.
Grupos coloniais propuseram um plano para aplainar a colina e remover a ponte que conecta o Portão de Magharbeh ao Muro das Lamentações (ou Muro de al-Buraq), para construir no local uma ponte ornamentada com versos do Torá.
Os mesmos grupos – marcados pelo fundamentalismo judaico e nacionalismo de ultradireita – convocaram invasões em massa a Al-Aqsa para 9 de agosto, com intuito de recordar a suposta “destruição do templo”, cujos relatos remontam à Antiguidade.
As instituições também alertaram contra a escalada nos esforços de “judaização” no complexo de Al-Aqsa – isto é, propostas para extinguir símbolos islâmicos e substituí-los por construções coloniais. O santuário não está aberto a qualquer partilha, reafirmou a carta, e permanece sob tutela da Jordânia, assim como outros lugares islâmicos e cristãos de Jerusalém ocupada.
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