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África do Sul pede que Israel seja classificado como estado de apartheid

Para muitos sul-africanos, a opressão imposta por Israel contra o povo palestino evoca as experiências de sua própria história de segregação e racismo

A África do Sul manifestou apreensão sobre a ocupação israelense dos territórios palestinos – incluindo “partes consideráveis da Cisjordânia” – ao exortar a Organização das Nações Unidas (ONU) a classificar Israel como estado de apartheid.

Durante a segunda cúpula da missão palestina em Pretória, nesta terça-feira (26), a Ministra de Relações Internacional Naledi Pandor reiterou: “A narrativa palestina evoca as experiências sul-africanas de opressão e segregação racial”.

Pandor insistiu que a luta sul-africana contra o racismo sistêmico sancionado pelo estado lhe faz compreender a situação na Palestina histórica. “Sofremos em primeira mão o impacto da desigualdade, discriminação e marginalização e não podemos permanecer ociosos enquanto outra geração de palestinos é deixada para trás”.

A ministra pediu à comunidade internacional que reconheça Israel como estado de apartheid e requereu da Assembleia Geral das Nações Unidas que convoque um comitê para corroborar os termos requeridos e formalizar a designação.

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Sobre a questão palestina, Pandor reafirmou que a posição da África do Sul pós-apartheid “sempre foi clara, consistente e convergente com a comunidade internacional”.

Após a reunião, em entrevista à rádio local, o Ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina Riyad al-Maliki saudou Pandor: “Se há alguém capaz de entender a dor e a luta por liberdade e independência da Palestina é o povo e o continente africano”.

Nos últimos 27 anos – desde a dissolução do regime do apartheid na África do Sul –, Ramallah e Pretória desenvolveram laços contundentes. O governo sul-africano ofereceu seu apoio à causa palestina e manteve seu repúdio às transgressões israelenses na arena internacional.

Em junho, a África do Sul solicitou aos fóruns globais que responsabilizem Israel pelas condições desumanas impostas aos palestinos. Em 2021, condenou a União Africana por conferir status de observador a Tel Aviv – a medida foi revogada neste ano.

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