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Arcebispo maronita é detido no Líbano ao retornar de Israel

Arcebispo maronita de Haifa e da Terra Santa, Moussa el-Hage, em 14 de maio de 2014 [Jack Guez/AFP/Getty Images]

O arcebispo maronita de Haifa e da Terra Santa, Moussa el-Hage, foi recentemente detido no Líbano ao retornar de Israel, segundo informações da agência de notícias Anadolu. Sua prisão foi rechaçada pelo Patriarca Bechara Boutros al-Rahi, neste domingo (24).

“A prisão de al-Hage é uma ofensa à Igreja Maronita porque as leis impedem que sacerdotes e bispos sejam indiciados sem autorização do Patriarcado”, insistiu al-Rahi. “A agressão contra o bispo representa uma violação da soberania da Igreja, que se tornou matéria legal pelas ações de um certo grupo político”.

Segundo o jornal The Jerusalem Post, o arcebispo viaja regularmente entre Líbano e Israel sob privilégios do clero cristão. Contudo, é a primeira vez que foi detido ao fazê-lo.

A imprensa libanesa reportou que el-Hage carregava dinheiro durante seu regresso. Segundo fontes de segurança em Beirute, o clérigo não foi detido, mas submetido a inspeções comuns na área de fronteira, que abarcam até mesmo oficiais das Nações Unidas.

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Segundo informações, o juiz Fadi Akiki – encarregado do caso – confirmou que el-Hage carregava cerca de US$460 mil, dinheiro que atribuiu a “colaboradores” em Israel, sem qualquer vínculo diplomático com o Líbano.

“Respeito a igreja, mas há uma lei para boicotar Israel e é meu dever como juiz implementá-la”, destacou Akiki. O juiz reiterou que o capital transferido por el-Hage está sujeito à lei aduaneira do estado levantino.

O presidente Michel Aoun recebeu o sacerdote na capital para ouvir sua versão. Sob o sistema sectário da política libanesa, o presidente é maronita, o primeiro-ministro é muçulmano sunita e o chefe do parlamento é muçulmano xiita.

Walid Jumblatt – líder do Partido Progressista Socialista – descreveu a transferência de recursos como “exploração israelense de figuras religiosas para objetivos políticos”.

Cidadãos libaneses não podem viajar a Israel, salvo religiosos com funções em ambos os países.

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