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Irã acusa Biden de alimentar ‘iranofobia’ durante viagem ao Oriente Médio

O presidente dos EUA, Joe Biden (D) encontra o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed bin Salman (E) no Palácio Real de Alsalam em Jeddah, Arábia Saudita, em 15 de julho de 2022 [Corte Real da Arábia Saudita - Agência Anadolu]

O Irã acusou os Estados Unidos de alimentar tensões no Oriente Médio ao recorrer à “iranofobia”, após a turnê do presidente Joe Biden à região.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em comunicado divulgado neste domingo (17), Nasser Kanaani, porta-voz da chancelaria iraniana, negou acusações contra Teerã feitas por Biden durante sua viagem.

Segundo Kanaani, comunicados conjuntos emitidos durante a visita do presidente a Israel e Arábia Saudita estão “de acordo com a política dos Estados Unidos de fomentar a sedição e tensão” no Oriente Médio.

Na segunda parte de sua viagem à região, ao chegar na cidade portuária de Jeddah, na Arábia Saudita, Biden e Mohammad bin Salman – príncipe herdeiro e governante de facto do reino – discursaram a uma cúpula do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). O evento foi sucedido por uma nota conjunta.

Ambos os lados “reafirmaram a necessidade de dissuadir ainda mais a ingerência de Teerã em assuntos internos de outros países, seu apoio ao terrorismo através de grupos armados e seus esforços para desestabilizar a segurança regional”.

LEIA: Biden no Oriente Médio: apoio a Israel, hipocrisia com palestinos, provocação ao Irã e súplicas aos sauditas

Washington e Riad também destacaram a “importância de impedir Teerã de adquirir uma arma nuclear” – objetivo veementemente negado pela república islâmica.

Kanaani recordou que o exército americano foi o primeiro a empregar uma bomba atômica e acusou Washington de manter sua intromissão externa e vender armamentos utilizados para atacar o Oriente Médio.

Kanaani também aludiu ao “apoio cego e irrestrito” dos Estados Unidos a Israel, ao responsabilizar a Casa Branca pela ocupação contínua da Palestina histórica.

Na primeira parte de sua viagem, após chegar a Tel Aviv, o presidente encontrou-se com o premiê israelense Yair Lapid e emitiu também uma declaração conjunta, análoga ao alerta saudita sobre o programa nuclear iraniano.

“Os Estados Unidos reafirmam seu compromisso integral em jamais permitir ao Irã que adquira uma arma nuclear e sua prontidão para usar todos os elementos a seu dispor para garantir este resultado”, afirmou o comunicado denominado “Declaração de Jerusalém”.

Kanaani insistiu que o programa nuclear da república islâmica está de acordo com o “quadro das leis e regulações internacionais” e acusou o exército da ocupação israelense de possuir o “maior arsenal atômico da região”. Kanaani constatou ainda que Teerã acolhe o diálogo com seus vizinhos e outras iniciativas regionais.

Tensões entre Irã e Estados Unidos estão novamente em alta, após a visita de Biden a Israel e Arábia Saudita e reiterada troca de acusações.

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Ambos estão atualmente engajados em negociações indiretas em Doha, capital do Catar, para tentar restaurar o tratado nuclear de 2015, sob mediação da União Europeia. Avanços, porém, parecem distantes, devido a divergências persistentes sobre economia e segurança.

No sábado (16), o Ministério de Relações Exteriores do Irã atualizou sua lista de agentes americanos acusados de “violar direitos humanos e cometer atos terroristas”.

Os 61 novos indivíduos listados incluem o ex-Secretário de Estado Mike Pompeo e Rudy Giuliani – ex-prefeito de Nova York e advogado pessoal de Donald Trump.

Segundo a chancelaria, os indivíduos em questão emprestaram apoio aos Mujahideen e Khalq (MEK), grupo dissidente iraniano radicado na Albânia, acusado por Teerã de executar ataques terroristas no território nacional.

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