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Cinco presidentes dos EUA visitaram a Palestina: nada mudou

Campanha da ong israelense de direitos humanos B’Tselem diante da visita do Presidente dos EUA Joe Biden aos territórios ocupados, na cidade de Belém, Cisjordânia, 13 de julho de 2022 [Hisham K.K. Abu Shaqra/Agência Anadolu]

O Presidente dos Estados Unidos Joe Biden chegou nesta quarta-feira (13) à Palestina ocupada e deve reunir-se agora com o Presidente da Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas, como parte de sua turnê pelo Oriente Médio.

Trata-se do quinto residente da Casa Branca a fazê-lo, desde a criação da Autoridade Palestina em 1993, como decorrência dos Acordos de Oslo, firmados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que culminaram no status quo atual.

O democrata Bill Clinton visitou a região em dezembro de 1998 e encontrou-se com o falecido líder palestino Yasser Arafat. Clinton discursou ao Conselho Nacional Palestino (CNP) e obteve êxito ao pressionar pela remoção de um artigo favorável à resistência da carta da OLP

Em 2008, foi a vez do republicano George W. Bush viajar a Ramallah e Belém, na Cisjordânia ocupada, e reunir-se com Abbas. Ambos discutiram “esforços de paz” e visitaram a Igreja da Natividade. O sucessor de Bush, Barack Obama, seguiu seus mesmos passos em 2013, assim como Donald Trump em 2017.

LEIA: ‘Não é preciso ser judeu para ser sionista’, afirma Joe Biden

Durante suas respectivas visitas, cada qual a seu estilo, os presidentes americanos abordaram “esforços de paz” e a antiga promessa de uma Palestina independente. No entanto, a paz não está no horizonte e o estado palestino permanece longe da realidade.

Neste entremeio, Israel continuou a expropriar mais e mais terras palestinas com intuito de ampliar seus assentamentos ilegais, apesar dos supostos apelos dos líderes em Washington para que Tel Aviv interrompesse os avanços e desmantelasse as comunidades coloniais.

Conforme a Casa Branca, os assentamentos são um “obstáculo para a paz” – sobretudo em referência à “solução de dois estados”. Israel, não obstante, insiste em ignorar seus alertas.

Logo após seu avião presidencial – ou Força Aérea Um – pousar no Aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, Biden ignorou o fato de que o exército ocupante persiste em expropriar terras nativas para construir assentamentos coloniais, considerados ilegais pela lei internacional.

Para expressar seu repúdio à visita de Biden e seu viés sionista, grupos de direitos humanos – dentre os quais palestinos e israelenses – convocaram protestos e espalharam outdoors para denunciar os crimes cometidos por Israel contra a população árabe.

A ong israelense B’Tselem, por exemplo, difundiu cartazes e outdoors em diversas cidades da Cisjordânia ocupada, com os dizeres “Sr. Presidente, isto é apartheid”. As imagens reiteram a fragmentação do território em analogia aos bantustões da África do Sul.

LEIA: Biden no Oriente Médio: apoio a Israel, hipocrisia com palestinos, provocação ao Irã e súplicas aos sauditas

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