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Visita de bin Salman a Turquia não o absolve de assassinato, reitera noiva de Khashoggi

Hatice Cengiz, noiva do falecido jornalista saudita Jamal Khashoggi, durante coletiva de imprensa após audiência do caso em Istambul, Turquia, 7 de abril de 2022 [Isa Terli/Agência Anadolu]

Hatice Cengiz, noiva do falecido jornalista Jamal Khashoggi, reafirmou nesta quarta-feira (22) que a legitimidade consagrada ao príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman durante sua turnê ao Oriente Médio, incluindo Turquia, não o absolve de ordenar o assassinato.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Um relatório de inteligência dos Estados Unidos, publicado em 2021, confirmou que bin Salman ratificou a operação para capturar ou executar Khashoggi, em outubro de 2018.

Apesar das evidências, o governo saudita nega envolvimento do príncipe herdeiro e rejeita as descobertas do relatório.

Bin Salman deu início a sua viagem regional na terça-feira (21), ao visitar o Egito e encontrar-se com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan na cidade de Ancara, no dia seguinte.

Trata-se da primeira turnê do príncipe saudita fora do Golfo desde a morte do influente jornalista e opositor, dentro do consulado da monarquia em Istambul.

Cengiz reiterou no Twitter: “Sua visita a nosso país não muda o fato de que é responsável pelo assassinato. A legitimidade política consagrada por sua visita a diferentes países não o absolve de ser um assassino”.

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“A história de Jamal não me pertence mais”, reafirmou Cengiz. “É uma luta por justiça, mas não é somente minha. É uma luta de toda e qualquer pessoa livre e pensante. Nenhuma diplomacia pode legitimar tamanha injustiça”.

Relações entre Turquia e Arábia Saudita esfriaram após um esquadrão da morte executar e esquartejar o jornalista no consulado de Istambul. Na ocasião, Erdogan culpou o “mais alto nível” do governo saudita.

Recentemente, um tribunal turco ordenou a transferência do caso à monarquia. Ancara nega motivações políticas. Semanas após a decisão, no entanto, Erdogan reuniu-se com o príncipe saudita.

Em 2020, a Arábia Saudita emitiu sentenças de sete a vinte anos de prisão contra oito suspeitos pelo assassinato de Khashoggi. A identidade dos réus, não obstante, jamais foi divulgada.

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