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Campanha ‘Hajj não é seguro’ denuncia perseguição a peregrinos dissidentes

Sauditas e residentes estrangeiros circundam a Kaaba (Tawaf), como parte da peregrinação Umrah, no complexo da Grande Mesquita na cidade sagrada de Makkah, em 4 de outubro de 2020 [Ministério saudita do Hajj e Umra/AFP via Getty Images] r

Várias organizações de direitos humanos e instituições islâmicas lançaram uma campanha de hashtag “O Hajj não é seguro” para expor o que dizem ser violações e abusos cometidos pelas autoridades da Arábia Saudita contra peregrinos e visitantes que participam do Hajj e da Umrah.

A campanha foi organizada pela Sanad Human Rights Organization, um grupo que defende os direitos políticos e civis no reino e monitora e denuncia as violações dos direitos humanos.

Post da campanha contra as perseguições durante o Haji [Twitter]

Em um comunicado publicado na quinta-feira, a organização explicou que a campanha foi iniciada em resposta às “violações repetidas e contínuas perpetradas pelas autoridades sauditas”, acusadas de atrair peregrinos concedendo-lhes vistos Hajj e Umrah, apenas para serem detidos, presos ou deportados para outros países onde suas vidas e liberdade estão em risco.

As autoridades sauditas são acusadas de usar o Hajj e a Umrah como meio de “reprimir dissidentes”, disse o comunicado.

“O governo saudita politiza inflexível e repetidamente as Duas Mesquitas Sagradas de Meca e Medina, e fez do Hajj e da Umrah uma ferramenta de repressão, um meio de eliminar oponentes e uma forma de apoiar alguns regimes autoritários”, acrescentou.

Charge denuncia a entrega de peregrinos  iugures a autoridades chinesas [Twitter]

De acordo com Sanad, a minoria muçulmana uigur da China lidera a lista de grupos que o governo saudita tem como alvo durante a temporada do Hajj, quando chegam da comunidade da diáspora em outros países. Muitos estariam sendo entregues às autoridades chinesas.

No mês passado, a Sanad divulgou seu relatório anual de direitos humanos para 2021, lançando luz sobre as contínuas violações de direitos humanos, apesar de inúmeras advertências de organizações internacionais de direitos humanos.

“As práticas hediondos incessantes de violações dos direitos humanos e a política contínua de detenção arbitrária, desaparecimento forçado e tortura brutal dentro das prisões confirmam que o regime saudita está determinado a continuar a perseguir essas políticas na gestão do país”, diz o relatório.

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