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Israel transfere Ahmad Manasra para o hospital após a piora da sua saúde mental

Ahmed Manasra (C), um menino palestino de 14 anos, condenado pela tentativa de assassinato por esfaqueamento de dois israelenses em outubro de 2015, deixa o Tribunal Distrital em Jerusalém após sua audiência de sentença em 7 de novembro de 2016. [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

Na segunda-feira, o Serviço Penitenciário de Israel transferiu o prisioneiro palestino Ahmad Manasra, preso quando era adolescente, para o Hospital Penitenciário Ramle depois que sua saúde mental piorou, revelou sua defesa.

“A promotoria israelense nos informou que o Serviço Penitenciário Israelense transferiu a criança detenta Ahmad Manasra ontem à noite para o Hospital Penitenciário Ramle devido a piora de sua saúde mental, sem revelar mais detalhes”, anunciou o advogado de Ahmad, Khaled Zabarka em uma breve declaração.

Zabarka explicou que o médico do presídio havia emitido uma ordem de transferência de Ahmad para o hospital penitenciário por dez dias.

Em fevereiro, a família de Ahmad disse que ele tinha um distúrbio psicológico devido ao isolamento e às duras condições carcerárias por estar detido desde 2015.

A família enfatizou que Ahmad foi violentamente espancado quando foi detido em 2015 aos 13 anos, resultando em uma fratura craniana. E que ele precisa de um diagnóstico adequado e profissional, de tratamento com medicamentos apropriados e de um fim ao seu isolamento.

Um psiquiatra acabou visitando Ahmad e descobriu que ele tem um distúrbio psicológico devido à violência, isolamento e opressão a que é submetido nas prisões israelenses.

LEIA: Detenção de Ahmed Manasra pode levar a sua morte, alerta família

O psiquiatra reiterou que seu isolamento em uma cela pequena e o impedimento de se misturar com outros presos foi um grande contribuinte para sua doença e que ele também precisava ter acesso ao espaço externo.

Manasra foi detido ilegalmente por sete anos pela ocupação israelense em circunstâncias horríveis e atualmente sofre de sérios problemas de saúde mental. Ele foi preso com apenas 13 anos e interrogado sem a presença de um advogado ou de seus pais.

Ele recebeu uma pena de 12 anos de prisão – mais tarde reduzida para nove – pela tentativa de assassinato de um garoto de 20 anos e outro de 12 anos em um assentamento judeu ilegal em Jerusalém Oriental ocupada, isto apesar de ele não ter participado do ataque. Seu primo foi morto a tiros por um israelense em 2015, enquanto Manasra foi brutalmente espancado por uma multidão israelense e pisoteado por um motorista israelense, deixando-o com ferimentos na cabeça. Na época de sua prisão, a lei israelense afirmava que crianças menores de 14 anos não poderiam ser consideradas criminalmente responsáveis.

No mês passado, o Serviço Prisional Israelense (IPS) apresentou um pedido ao Tribunal Distrital de Beersheba solicitando a prorrogação de seu regime de prisão solitária.

Ahmad Manasra, jovem palestino preso há sete anos, desde os 13 anos de idade, sob tortura psicológica da ocupação [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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