clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Israel transfere Ahmad Manasra para o hospital após a piora da sua saúde mental

15 de junho de 2022, às 13h39

Ahmed Manasra (C), um menino palestino de 14 anos, condenado pela tentativa de assassinato por esfaqueamento de dois israelenses em outubro de 2015, deixa o Tribunal Distrital em Jerusalém após sua audiência de sentença em 7 de novembro de 2016. [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

Na segunda-feira, o Serviço Penitenciário de Israel transferiu o prisioneiro palestino Ahmad Manasra, preso quando era adolescente, para o Hospital Penitenciário Ramle depois que sua saúde mental piorou, revelou sua defesa.

“A promotoria israelense nos informou que o Serviço Penitenciário Israelense transferiu a criança detenta Ahmad Manasra ontem à noite para o Hospital Penitenciário Ramle devido a piora de sua saúde mental, sem revelar mais detalhes”, anunciou o advogado de Ahmad, Khaled Zabarka em uma breve declaração.

Zabarka explicou que o médico do presídio havia emitido uma ordem de transferência de Ahmad para o hospital penitenciário por dez dias.

Em fevereiro, a família de Ahmad disse que ele tinha um distúrbio psicológico devido ao isolamento e às duras condições carcerárias por estar detido desde 2015.

A família enfatizou que Ahmad foi violentamente espancado quando foi detido em 2015 aos 13 anos, resultando em uma fratura craniana. E que ele precisa de um diagnóstico adequado e profissional, de tratamento com medicamentos apropriados e de um fim ao seu isolamento.

Um psiquiatra acabou visitando Ahmad e descobriu que ele tem um distúrbio psicológico devido à violência, isolamento e opressão a que é submetido nas prisões israelenses.

LEIA: Detenção de Ahmed Manasra pode levar a sua morte, alerta família

O psiquiatra reiterou que seu isolamento em uma cela pequena e o impedimento de se misturar com outros presos foi um grande contribuinte para sua doença e que ele também precisava ter acesso ao espaço externo.

Manasra foi detido ilegalmente por sete anos pela ocupação israelense em circunstâncias horríveis e atualmente sofre de sérios problemas de saúde mental. Ele foi preso com apenas 13 anos e interrogado sem a presença de um advogado ou de seus pais.

Ele recebeu uma pena de 12 anos de prisão – mais tarde reduzida para nove – pela tentativa de assassinato de um garoto de 20 anos e outro de 12 anos em um assentamento judeu ilegal em Jerusalém Oriental ocupada, isto apesar de ele não ter participado do ataque. Seu primo foi morto a tiros por um israelense em 2015, enquanto Manasra foi brutalmente espancado por uma multidão israelense e pisoteado por um motorista israelense, deixando-o com ferimentos na cabeça. Na época de sua prisão, a lei israelense afirmava que crianças menores de 14 anos não poderiam ser consideradas criminalmente responsáveis.

No mês passado, o Serviço Prisional Israelense (IPS) apresentou um pedido ao Tribunal Distrital de Beersheba solicitando a prorrogação de seu regime de prisão solitária.

Ahmad Manasra, jovem palestino preso há sete anos, desde os 13 anos de idade, sob tortura psicológica da ocupação [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]