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Policiais reprimem protestos após desabamento de um prédio no Irã

Escombros de um edifício de dez andares que desmoronou em Abadan, no sudoeste do Irã, em 24 de maio de 2022 [Tasnim News/AFP via Getty Images]
Escombros de um edifício de dez andares que desmoronou em Abadan, no sudoeste do Irã, em 24 de maio de 2022 [Tasnim News/AFP via Getty Images]

A polícia iraniana disparou munição real para o alto e gás lacrimogêneo contra a multidão para tentar reprimir mais uma noite de protestos após o desabamento mortal de um edifício de dez andares na cidade de Abadan, na província de Cuzistão, rica em petróleo, no sudoeste do país.

Denúncias indicam corrupção público-privada em detrimento de padrões de segurança.

As informações foram compiladas pela agência Reuters, a partir de relatos das redes sociais e da agência iraniana Fars.

Oficiais locais reportaram 29 mortos e 37 feridos desde o desabamento do prédio residencial e comercial de dez andares, na última segunda-feira (23). Treze pessoas foram presas, até então, sob suspeita de violação de alvarás.

Além disso, autoridades responsáveis detiveram o atual prefeito de Abadan, seus antecessores e diversos funcionários municipais, acusados de negligenciar alertas de segurança.

O governo central anunciou um dia de luto neste domingo (29), confirmou a mídia estatal.

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Segundo a agência Fars, o protesto em Abadan tornou-se violento quando manifestantes tentaram adentrar no local do incidente, onde operações de resgate continuam. A polícia disparou gás lacrimogêneo e tiros de alerta, insistiu a reportagem.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram pessoas em busca de cobertura. Gritos de “Não atire” e sons de disparos podem ser ouvidos. Em um vídeo não-verificado, manifestantes na cidade portuária de Mahshahr repetem aos gritos: “Eles roubaram gás e petróleo, roubaram nosso sangue”.

Marchas em solidariedade às vítimas de Abadan ocorreram ainda em diversas áreas próximas, assim como na cidade central de Shahin Shahr e na cidade de Shiraz, no sul do país, conforme postagens nas redes sociais.

Na sexta-feira (27), o vice-presidente Mohammad Mokhber sugeriu em entrevista à televisão local que a “corrupção generalizada” entre construtora, empreiteira e agentes de fiscalização foi responsável pelo desastre.

Como nos protestos anteriores contra a inflação dos alimentos, residentes e manifestantes relataram falha nos serviços de internet — eventual tentativa de impedir a convocação de protestos e a divulgação de registros nas redes sociais. Oficiais negam bloquear a internet.

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