O partido Yamina (Nova Direita) — ao qual pertence o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett — ameaçou desmantelar a frágil coalizão de governo caso avance a evacuação do assentamento ilegal de Homesh, ao norte de Nablus, na Cisjordânia ocupada.
Na segunda-feira (23), o Ministro da Defesa Benny Gantz afirmou em um encontro de seu partido Kahol Lavan (Azul e Branco) que Homesh seria evacuado pois “não pode existir ali, como resultado da Lei de Desengajamento”.
Em resposta, membros da coalizão alertaram nesta quinta-feira (26) à rede Ynet News que, caso Gantz prossiga com a evacuação e escolha não contestar a decisão da Suprema Corte, congressistas de direita não terão escolha senão renunciar do governo.
Nir Orbach, membro do Knesset (parlamento israelense) pelo partido Yamina, e a Ministra do Interior Ayelet Shaked contactaram Gantz às vésperas de seu recurso na justiça, que deve ser submetido até a próxima semana.
Segundo as informações, Orbach insistiu a portas fechadas que a evacuação do assentamento ilegal seria uma “linha vermelha” para componentes de direita do governo.
LEIA: Israel proíbe entrada de delegação da União Europeia na Palestina ocupada
A ong israelense Peace Now observa que há cerca de 660 mil colonos em 145 assentamentos licenciados pelo governo de Israel — ilegais conforme a lei internacional. Há ainda 140 postos coloniais avançados — também ilegais sob a lei israelense.
Em 2005, Tel Aviv — sob a gestão do premiê Ariel Sharon — evacuou os colonos de Homesh e da Faixa de Gaza e desmantelou outros cinco assentamentos e bases militares perto de Jenin, como parte de um plano unilateral de desengajamento.
Desde então, no entanto, tropas israelenses passaram a isolar a área de palestinos que detêm posse das terras. Os colonos mantiveram sua presença em Homesh, ao estabelecer um posto colonial improvisado, em detrimento da lei israelense.