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Israel não descarta culpar seus soldados pela morte de Abu Akleh, afirma Haaretz

Palestinos em Gaza condenam ataque israelense contra Shireen Abu Akleh, jornalista da Al Jazeera, em 11 de maio de 2022 [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

Uma investigação preliminar do exército israelense sobre o assassinato de Shireen Abu Akleh, repórter da rede Al Jazeera, não descartou responsabilizar soldados à paisana de sua unidade de elite Dudvedan pelo incidente.

Segundo o jornal Haaretz, um primeiro exame reportou que membros da unidade Dudvedan dispararam contra o campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, precisamente no local onde Abu Akleh e seus colegas cobriam os eventos.

Neste entremeio, Amos Harel, analista militar do periódico israelense, comentou: “A noite de quarta-feira [11] vivenciou intensa comunicação entre Israel e a Autoridade Palestina sobre a possibilidade de o projétil extraído do corpo ser transferido a exames em Israel”.

Conforme a investigação: “A bala que atingiu sua cabeça possuía 5.56 milímetros de diâmetro e foi disparada de um rifle M16”. A perícia confirmou que vítima e atirador estavam a 150 metros de distância, quando tropas da Dudvedan disparavam dezenas de balas no local.

Apesar disso: “A informação é insuficiente para determinar qual lado disparou o projétil”.

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Tel Aviv insiste que seus soldados e facções de residência na Cisjordânia usam a mesmo modelo de munição. A versão israelense sugere que, durante a operação militar nos subúrbios de Jenin, centenas de tiros foram disparados contra suas tropas, que responderam com fogo.

Em um esforço para fugir da responsabilidade sobre a execução da jornalista, Tel Aviv alegou em seus canais oficiais: “Um atirador palestino foi visto no telhado de uma casa, além de um atirador e outras pessoas que perscrutavam de uma janela”. Porém, não concedeu detalhes.

O inquérito conduzido às pressas pela ocupação afirmou ainda que parte dos tiros israelenses apontou ao sul, enquanto o grupo de jornalistas estava ao norte dos atiradores. Não obstante, segundo a reportagem, “aparentemente, parte dos disparos também alvejou a direção norte”.

Na manhã desta quarta-feira, tropas israelenses executaram Shireen Abu Akleh, jornalista da rede Al Jazeera, enquanto um grupo de repórteres cobria uma operação militar no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Abu Akleh, de 51 anos, vestia capacete e colete com identificação de imprensa. Contudo, um tiro disparado à distância atingiu seu rosto, debaixo de sua orelha. Ao tentar resgatá-la, seus colegas também foram alvejados.

Nações Unidas, Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Europeia condenaram o episódio e reivindicaram uma investigação detalhada e independente.

LEIA: Haverá apelos por justiça a Shireen Abu Akleh ou Israel continuará seus assassinatos?

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