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Citando o apartheid israelense, o Sindicato dos Estudantes da Universidade de Melbourne endossa o BDS

Protesto em apoio à Palestina em Nova York, EUA, em 5 de maio de 2022 [Tayfun Coşkun/Agência Anadolu]

Em mais uma indicação do crescente apoio à Palestina nos campi em todo o mundo, a União de Estudantes da Universidade de Melbourne (UMSU, na sigla em inglês) aprovou recentemente uma resolução – 10 a 6 – endossando a campanha global de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).

“No final de 1800, o sionismo político nasceu para estabelecer um lar judaico na Palestina Histórica, desconsiderando os palestinos indígenas que vivem lá”, diz a moção em sua introdução à resolução pró-BDS. “Esse projeto colonial levou ao estabelecimento do Estado de Israel, ao bloqueio de Gaza e à ocupação da Cisjordânia através de massacres, expulsão forçada e limpeza étnica de palestinos”.

Descrevendo Israel como um “estado colonial de apartheid colonizador”, a moção afirma que o Estado de Ocupação “nega continuamente aos palestinos nativos de seu direito à autodeterminação, liberdade, dignidade e igualdade”.

“Inspirado pelo movimento antiapartheid sul-africano, o apelo do BDS pede ação para pressionar Israel a cumprir a lei internacional”, continua a moção, antes de chamar a atenção para o recente bombardeio de Israel a Gaza, ataques à Mesquita Al Aqsa em Jerusalém.

Comentando sobre a crescente solidariedade global,a UMSU explicou que os estudantes na Palestina e em todo o mundo têm sido participantes-chave na luta contra a ocupação ilegal da Palestina, protestando, organizando e criando uma discussão nos respectivos campi, e que muitos sindicatos e associações estudantis em todo Europa, América do Norte e Austrália endossaram formalmente o BDS ou alguma versão de solidariedade. “Está muito atrasado para uma posição clara e firme da UMSU sobre esses crimes”, disse a UMSU.

Declarando sua posição, a UMSU disse que se posiciona contra a ocupação israelense da Palestina e condena a limpeza étnica em curso dos palestinos. Em relação à ideologia do Estado de Israel, declarou “o sionismo como uma ideologia racista e colonial”.

A UMSU expressou solidariedade aos estudantes judeus, dizendo que se opõe a “toda e qualquer forma de antissemitismo contra estudantes da fé judaica”. A moção explica que a UMSU reconhece que as ações de Israel não são representativas da comunidade judaica. Da mesma forma, os crimes de Israel são de sua exclusiva responsabilidade e não do povo judeu em todo o mundo.

“A UMSU endossa fortemente que o judaísmo e o sionismo não devem ser confundidos como um” insistiu a moção, antes de endossar várias resoluções pró-BDS. “A UMSU apoia o movimento de boicote acadêmico às instituições israelenses”, disse a moção.

LEIA: Jornal estudantil de Harvard expressa apoio ao movimento de BDS

Instando a Universidade a não ser “cúmplice e lucrar com o apartheid israelense”, convocou o corpo governante a participar de um boicote acadêmico e cortar laços com instituições, pesquisadores e acadêmicos israelenses que apoiam a opressão israelense aos palestinos.

A Universidade de Melbourne, que é uma das instituições de ensino superior mais bem classificadas da Austrália, condenou a moção em um comunicado na quarta-feira. “Esta moção antissemita […] não é a posição da Universidade de Melbourne; nem é endossada ou apoiada pela Universidade”, disse um porta-voz.

Respondendo às críticas, a professora assistente, Lana Tatour, instou a Universidade de Melbourne a aprender com seus alunos e não confundir Israel com o judaísmo, que é considerado uma forma de antissemitismo. “Os crimes de Israel são de sua exclusiva responsabilidade e não do povo judeu em todo o mundo […] judaísmo e sionismo não devem ser confundidos como um”, disse ela.

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