Portuguese / English

Middle East Near You

Mesut Ozil, ‘rezando pelos muçulmanos da Índia’, critica ‘situação vergonhosa’

Nova transferência do Fenerbahce: Mesut Ozil faz um discurso enquanto participa da cerimônia de assinatura após ter sido transferido do Arsenal nas instalações do Faruk Ilgaz em Istambul, Turquia, em 27 de janeiro de 2021 [Serhat Çağdaş/Agência Anadolu]

O jogador de futebol turco-alemão Mesut Ozil usou o Twitter para divulgar a situação dos muçulmanos da Índia que enfrentam perseguição no país de maioria hindu.

Ontem, em um dos últimos dez dias do mês sagrado islâmico do Ramadã, o ex-jogador do Real Madrid e do Arsenal pediu à comunidade internacional que “quebre o silêncio” sobre o que está acontecendo na Índia. Ele acrescentou que está orando pela segurança e pelo bem-estar da substancial minoria muçulmana do país.

Descrevendo a “situação vergonhosa”, Ozil levantou a questão dos direitos humanos na “chamada maior democracia do mundo”. Seu tweet, que inclui uma imagem do Jama Masjid da era Mughal de Delhi ao anoitecer, quando os fiéis quebram o jejum, já recebeu quase 80.000 curtidas.

A intervenção de Ozil ocorre em meio à crescente perseguição aos 200 milhões de muçulmanos da Índia, que inclui apelos de extremistas influentes por violência genocida, bem como violência sexual contra mulheres e meninas muçulmanas.

LEIA: Ataques ao Islã no mundo são um acontecimento preocupante

Na semana passada, Hindus for Human Rights divulgou uma declaração assinada por líderes hindus de todo o mundo expressando consternação pelo “ódio antimuçulmano”. Os signatários criticaram o Hindutva, “uma ideologia política centenária [do partido no poder] que vê os cidadãos de outras religiões como inerentemente estrangeiros e não qualificados para desfrutar de todos os benefícios da cidadania indiana”.

Eles acrescentaram: “Nós vimos mulheres muçulmanas sendo colocadas em ‘leilão’ em um aplicativo criado por estudantes universitários, e meninas muçulmanas usando hijab tendo seu direito à educação negado em Karnataka”.

Essa não é a primeira vez que Ozil se manifesta sobre questões de direitos humanos que afetam as minorias muçulmanas. Em 2019, o atleta de 33 anos criticou o tratamento da China aos muçulmanos uigures, o que causou uma reação contra ele. Seu clube na época, o Arsenal, distanciou-se de seus comentários, afirmando que “não [se envolve] na política”.

Tal posição, no entanto, não impediu o Arsenal de se juntar a outros clubes, organizações e marcas para expressar apoio à Ucrânia após a invasão da Rússia. O clube do norte de Londres foi acusado de hipocrisia devido à sua alegação anterior de “não envolvimento na política” e falta de apoio ao seu ex-jogador.

“Vamos continuar orando pela paz no mundo, não apenas na Ucrânia, mas também na Palestina, Síria, Iêmen, Iraque e todos os outros lugares do mundo onde as pessoas estão sofrendo com a guerra”, twittou Ozil no início deste mês.

LEIA: Islamofobia e colonialismo em tempos de crise

Categorias
Ásia & AméricasEuropa & RússiaÍndiaNotíciaTurquia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments