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Vice-Presidente dos EUA tem vinho de assentamentos ilegais em seu escritório

Vice-Presidente dos EUA Kamala Harris, 6 de junho de 2021 [Jim Watson/AFP via Getty Images]

A Vice-Presidente dos Estados Unidos Kamala Harris guarda em seu escritório garrafas de vinho produzido em assentamentos israelenses alocados ilegalmente na Cisjordânia ocupada, revelou o grupo palestino de direitos humanos Al-Haq.

Shaawan Jabarin, diretor da entidade, expôs o fato em carta aberta a Harris, ao reiterar que servir vinho ilegal a convidados encoraja o apartheid israelense imposto contra a população nativa. O apartheid — como denunciado por grupos influentes, como Human Rights Watch, Anistia Internacional e B’Tselem — equivale a crime de lesa-humanidade.

A carta de Jabarin destacou também os crimes cometidos por colonos sionistas e os efeitos desastrosos dos assentamentos ilegais sobre o povo palestino. O vinho ofertado por Harris, segundo a denúncia, foi produzido no assentamento exclusivamente judaico de Psagot.

Compra de produtos dos assentamentos ilegais israelenses [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Jabarin reafirmou sua apreensão sobre o apoio da vice-presidente ao empreendimento colonial israelense, assim como a compra de produtos derivados de crimes internacionais.

“Psagot é cúmplice da apropriação ilegal de terras palestinas de cunho privado e do roubo de seus recursos naturais, práticas que representam crime sob a jurisdição do Estatuto de Roma, documento fundador do Tribunal Penal Internacional”, argumentou Jabarin.

“Desde 1948, Israel emprega uma série de leis, políticas e ações discriminatórias, cujo objetivo fundamental é construir uma hegemonia judaica na Palestina, por meio do deslocamento e da expropriação dos palestinos, ao distorcer a proporção demográfica e expandir assentamentos em ambos os lados da Linha Verde [Armistício de 1949]”, acrescentou.

“Os assentamentos são um componente basilar do apartheid israelense, que separa o território em dois sistemas legais distintos: uma gestão civil para as comunidades judaico-israelenses nos assentamentos ilegais e um controle militar instituído sobre a população ocupada que vive nas aldeias e cidades palestinas”.

Jabarin destacou que o apoio estadunidense ao “empreendimento colonial e ilegal de Israel em seu mais alto escalão” compreende uma violação flagrante da lei internacional e torna o estado “cúmplice” dos crimes de guerra e da pilhagem de recursos palestinos.

“Washington também apoia consideravelmente a disseminação e promoção do vinho de Psagot em free shops localizados nos aeroportos do país”, concluiu Jabarin. “Os Estados Unidos negam assim seu compromisso em promover respeito aos direitos humanos, ao conduzir negócios com marcas envolvidas em abusos hediondos”.

LEIA: Sem os sionistas árabes, não haveria Israel

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