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Número de jornalistas encarcerados no Egito chega a 70 detidos

Tribunal no Cairo durante julgamento coletivo de 700 réus, incluindo jornalistas, no Egito, em 8 de setembro de 2018 [Mohamed el-Shahed/AFP via Getty Images]

A prisão do jornalista Ahmed al-Bahey elevou o número de profissionais de mídia nas cadeias egípcias a 70 prisioneiros, reportou o Observatório Árabe para a Liberdade de Imprensa.

Al-Bahey, correspondente do website independente Masrawy, foi detido em sua residência às seis horas da manhã, no último sábado (16), acusado de “incitação”. O promotor ordenou sua custódia por ao menos quatro dias.

Sob a legislação do Egito, o tempo máximo que um indivíduo pode passar em prisão preventiva (sem julgamento) é dois anos, mas prisioneiros políticos costumam ser detidos por mais tempo.

Al-Bahey foi preso devido a sua cobertura do assassinato de um jovem na cidade al-Sadat, na província de Monufia, na sexta-feira (15), quando policiais dispuseram arbitrariamente que o repórter não filmasse ou publicasse detalhes do incidente.

Al-Bahey consentiu; mesmo assim foi apreendido.

Segundo o Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), al-Bahey costuma cobrir questões sociais e histórias de interesse comunitário na região de Monufia.

O Egito está classificado em 166° lugar no Índice de Liberdade de Imprensa do Repórteres Sem Fronteira (RSF) e é o terceiro país que mais encarcera jornalistas no mundo. Segundo o CPJ, há ao menos 25 repórteres encarcerados no Egito devido a seu trabalho.

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No fim de março, o Tribunal Penal do Cairo renovou a prisão de dois jornalistas da Al Jazeera: Hisham Abdelaziz e Bahaa el-Din Ibrahim. A despeito da lei, Abdelaziz passou mais de mil dias em “prisão preventiva”; Ibrahim está preso há 750 dias.

Seus colegas Ahmed al-Majdi e Rabie al-Sheikh também permanecem presos, confirmou a Al Jazeera. Rabie foi capturado em agosto após chegar de Doha ao aeroporto do Cairo, a fim de visitar sua família, acusado de “propagar notícias falsas”.

A Al Jazeera fechou seu escritório no Egito em junho de 2014, à medida que o regime militar reprimia instituições de imprensa após o golpe de estado, com foco particular na corporação internacional sediada em Doha, capital do Catar.

Os prisioneiros políticos no Egito sofrem tortura sistemática e são mantidos em condições bastante precárias, com pouco ou nenhum acesso a luz do sol e visitas familiares.

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