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Milhares reúnem-se em Al-Aqsa para a primeira sexta-feira do Ramadã

Fiéis muçulmanos reúnem-se para a primeira oração de sexta-feira do Ramadã, na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, 8 de abril de 2022 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Dezenas de milhares de fiéis lotaram a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, para realizar suas preces na primeira sexta-feira do Ramadã, mês sagrado islâmico. Não houve confrontos, apesar de receios de que se repetisse a violência do último ano.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Desde a madrugada, residentes das cidades de Belém e Ramallah, na Cisjordânia ocupada, fizeram fila nos checkpoints israelenses para chegar a Al-Aqsa.

Após dois anos de restrições devido ao covid-19, Israel permitiu que palestinos com visto de viagem entrassem em Jerusalém.

Contudo, tensões permanecem latentes na cidade sagrada a cristãos, judeus e muçulmanos. Ataques supostamente executados por cidadãos árabes ocorreram nas últimas semanas no território considerado Israel; a polícia, todavia, omite informações.

“Pensamos que Israel não nos deixaria entrar devido à recente escalada; graças a Deus, está tudo bem”, declarou Hussein Abayat de Belém. “Al-Aqsa é a coisa mais valiosa que temos, e fazemos todo o possível para visitá-la, graças a Deus”.

Não obstante, o premiê israelense Naftali Bennett, notório por sua postura beligerante, confirmou que seus soldados estão em alerta máximo por todo o país e que não haverá “restrições” em sua luta para “erradicar o terrorismo”.

O Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas condenou um ataque atribuído a um palestino em Tel Aviv, nesta quinta-feira (7). Contudo, advertiu contra “incursões a Al-Aqsa e atos de provocação conduzidos por colonos extremistas”.

LEIA:  Al-Khatib faz chamado para que os palestinos que aumentem a presença na Mesquita de Al-Aqsa

Dias antes do início do Ramadã, o parlamentar de extrema-direita Itamar Ben-Gvir invadiu o complexo de Al-Aqsa, descrito por judeus sionistas como “Templo do Monte”.

Al-Aqsa, no topo de um planalto no coração da Cidade Velha de Jerusalém, permanece como um dos pontos mais sensíveis dentre os conflitos no Oriente Médio.

No último ano, a polícia israelense agiu para reprimir com violência protestos palestinos durante o mês sagrado do Ramadã.

Ameaças de deslocamento de famílias de Jerusalém Oriental e invasões a Al-Aqsa culminaram nos onze dias de massacre israelense contra a Faixa de Gaza sitiada. Ao menos 250 palestinos foram assassinados — em contrapartida a treze mortos em Israel.

Israel capturou Jerusalém Oriental em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade, medida nunca reconhecida pela comunidade internacional. Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de seu futuro estado.

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