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Ex-presidenciável egípcio sofre ataque brutal na prisão de Tora

Abdel Moneim Aboul Fotouh, ex-candidato à Presidência do Egito, em Davos, Suíça, 27 de janeiro de 2012 [Vincenzo Pinto/AFP/GettyImages]
Abdel Moneim Aboul Fotouh, ex-candidato à Presidência do Egito, em Davos, Suíça, 27 de janeiro de 2012 [Vincenzo Pinto/AFP/GettyImages]

Abdel Moneim Aboul Fotouh, ex-candidato à presidência e líder do partido Egito Forte, sofreu um ataque brutal em custódia das autoridades, na infame penitenciária de Tora, na cidade do Cairo, reportou sua família no Facebook.

Segundo as informações, Aboul Fotouh, de 70 anos, foi agredido por guardas ao tentar registrar uma queixa sobre a razão pela qual recusa visitas de seus parentes.

Aboul Fotouh foi detido em fevereiro de 2018, junto de outros seis membros do partido Egito Forte, acusado de comandar um grupo clandestino, sabotar os interesses nacionais e difundir notícias falsas em âmbito doméstico e no exterior.

Ao designá-lo como “terrorista” por ao menos cinco anos, o Tribunal Penal do Cairo proibiu o ex-presidenciável de viajar e congelou seus bens.

Aboul Fotouh nega todas as acusações e insiste que desligou-se da Irmandade Muçulmana no ano 2000. O político concorreu ao cargo máximo do executivo em 2012, pouco antes do golpe militar que levou o general Abdel Fattah el-Sisi ao poder.

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Em uma série de entrevistas, Aboul Fotouh chegou a convocar um boicote às eleições presidenciais e criticou a atmosfera de medo que tomou o processo eleitoral no Egito.

Em julho último, Aboul Fotouh sofreu um ataque cardíaco na penitenciária de Tora. Segundo seu filho, os carcereiros somente assistiram enquanto o prisioneiro idoso pedia por socorro.

Aboul Fotouh foi Secretário-Geral do Sindicato de Médicos Árabes. Agora, como preso político, sofre negligência médica do estado, incluindo a um tratamento necessário para dores crônicas em sua coluna.

O ex-presidenciável está em “detenção preventiva” há três anos e meio, isto é, sem acusação ou julgamento. A lei do Egito prevê prazo máximo de dois anos, embora frequentemente ignorada. Sua primeira aparição em juízo foi apenas em novembro de 2021.

Em janeiro, a Organização das Nações Unidas (ONU) expressou “profunda apreensão” sobre as condições de saúde e prisão impostas a Aboul Fotouh, sob confinamento solitário e sem acesso adequado a luz do sol ou ar fresco.

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