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Carros palestinos são vandalizados e pichados por colonos de Israel

31 de março de 2022, às 10h42

Veículo palestino incendiado por colonos ilegais israelenses na aldeia de Jalud, perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada, em 28 de março de 2022 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Na noite desta quarta-feira (30), colonos israelenses vandalizaram dezenas de carros palestinos por toda a Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias Wafa.

Conforme testemunhas locais, um grupo de colonos atirou pedras contra veículos árabes que passavam pela via de acesso da aldeia de Rameen, a norte de Tulkarm, causando danos a um táxi e ferindo seus passageiros.

No distrito de Nablus, perto das aldeias de Burin e Burqa, colonos reuniram-se nos principais entroncamentos rodoviários para atirar pedras contra veículos árabes.

Ghassan Daghlas, responsável por monitorar as violações israelenses na área, observou que colonos também atacaram uma residência em Asira al-Qibliya, ao sul de Nablus, e picharam mensagens racistas em sua fachada.

Pneus foram rasgados e janelas foram quebradas por toda a região.

Daghlas advertiu para o aumento nos níveis de violência colonial, que costuma se materializar por meio de pichações, vandalismo e danos a propriedades; porém, agressões físicas são cada vez mais comuns, levando a feridos e mesmo mortos.

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A última onda de ataques, na última madrugada, sucede um apelo da União Europeia para proteção da população palestina, a fim de dissuadir os colonos ilegais de atos de violência.

“Colonos israelenses feriram palestinos, incendiaram carros e danificaram estruturas comerciais em diversas partes da Cisjordânia”, declarou no Twitter a delegação europeia para os territórios ocupados. “O aumento da violência colonial apenas alimenta tensões”.

A delegação insistiu então que os palestinos devem receber proteção sob as obrigações de Israel, como potência ocupante, previstas pela lei internacional. “É imperativo fazê-lo para evitar maior violência às vésperas do Ramadã, do Pesach e da Páscoa, em abril”.

A violência colonial, perpetrada por extremistas judeus contra os palestinos nativos e suas propriedades, é uma ocorrência diária na Cisjordânia. Segundo a lei internacional, todos os assentamentos nas terras ocupadas são considerados ilegais.

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