Os Emirados Árabes Unidos assumiram na terça-feira a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU para o mês de março, e conseguiram, na primeira sessão, aprovar um embargo de armas ao movimento Houthi do Iêmen.

O comando da agenda do órgão durante o mês está agora nas mãos da  embaixadora dos Emirados Árabes Unidos na ONU, Lana Nusseibeh, que propôs a resolução. A medida foi aprovada por 11 votos, sem nenhuma rejeição,  e quatro abstenções dos membros não permanentes, entre eles o Brasil. Uma semana antes, o Departamento do Tesouro dos EUA já havia aumentado as sanções a financiadores dos houthis, alegando recentes ataques  por drones e mísseis contra os  Emirados e a Arábia Saudita;

Exortando os houthis a cessar seus ataques terroristas e retornar à mesa de negociações, ela enfatizou que não há solução militar para a crise e expressou apoio a uma solução política sob os auspícios das Nações Unidas, de acordo com a Iniciativa do Golfo, a  Conferência de Diálogo Nacional e outras resoluções relevantes do Conselho de Segurança.

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Cautela sobre guerra na Ucrânia

Após a sessão, Lana Nusseibeh falou a jornalistas. A situação da Ucrânia, embora esteja no topo da agenda do dia na ONU, não foi o assunto mais abordado pelos participantes, embora houvesse interesse no porque da abstenção dos Emirados na última votação do conselho, quando foi proposta uma resolução condenatória da Rússia – e vetada pela Rússia.

Repórteres perguntaram a ela sobre a abstenção dos Emirados Árabes Unidos da proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU na semana passada condenando a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia. A Rússia, membro do Conselho de Segurança Permanente, vetou a resolução.

Repórteres perguntaram a ela sobre a abstenção dos Emirados Árabes Unidos da proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU na semana passada condenando a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia. A Rússia, membro do Conselho de Segurança Permanente, vetou a resolução.

Defendendo uma saída diplomática para a crise, ela afirmou: “não achamos que esta resolução fosse o caminho para alcançar isso”, defendendo que é preciso “manter os canais abertos.”

A abstenção no Conselho, segundo ela, reflete a política externa dos Emirados. “Essa posição é pedir desescalada, pedir diálogo, pedir que a diplomacia esteja na vanguarda tanto do Conselho de Segurança, mas também da comunidade internacional. esforços nesta crise”, disse Nusseibeh.

Sobre a posição dos Emirados na votação da Assembleia Geral da ONU prevista para terminar nesta quarta-feira (2), ela observou que o debate e a redação ainda estão em curso e pediu pediu diálogo para encerrar o conflito e enfatizou a necessidade de garantir o  “acesso humanitário irrestrito” para permitir que a ajuda chegue aos deslocados

Agenda de março inclui mulheres, clima e Oriente Médio

Na qualidade de presidente, os Emirados Árabes Unidos definirão o programa de trabalho do Conselho para março de acordo com outros membros e presidirão reuniões para desenvolver respostas coletivas aos desafios urgentes de segurança global. Isso inclui facilitar a adoção de resoluções e outros produtos do Conselho.

Os Emirados Árabes Unidos convocarão um debate aberto no Conselho de Segurança em nível ministerial, presidido por Mariam bint Mohammed Almheiri, Ministra de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente, no Dia Internacional da Mulher. O foco do debate será a importância da inclusão econômica das mulheres e parcerias do setor privado para a prevenção de conflitos e para a recuperação pós-conflito. Os briefings incluirão a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, e um briefing da sociedade civil.

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Os Emirados Árabes Unidos também organizarão uma reunião da fórmula Arria, uma reunião informal dos membros do Conselho de Segurança, em 9 de março, presidida pelo Dr. Sultan bin Ahmed Al Jaber, Ministro da Indústria e Tecnologia Avançada e Enviado Especial para Mudanças Climáticas. A reunião explorará como apoiar os esforços de financiamento climático para construir e sustentar a paz em cenários de conflito, crise e pós-conflito.

Os Emirados Árabes Unidos também sediarão um briefing sobre o fortalecimento da cooperação entre o Conselho de Segurança e a Liga dos Estados Árabes para promover a estabilidade regional em 23 de março. A reunião será presidida por Khalifa Shaheen Al Marar, Ministro de Estado dos Emirados Árabes Unidos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, estarão entre os briefers. Um representante da juventude também participará em reconhecimento ao fato de que 60% da população da região tem menos de 30 anos.

No Programa de Trabalho regular, o Conselho de Segurança também se reunirá sobre as situações em curso na Líbia, Somália, Síria, Iêmen, Resolução 2334 sobre assentamentos israelenses, Colinas de Golã, Líbano, Sudão do Sul, Sudão, Afeganistão, República Democrática do Congo, e não proliferação / República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

A representante dos Emirados recebeu o comando mensal do Conselho das mãos de Vasily Nebenzya, o embaixador da Rússia na ONU, que ocupou a presidência do órgão em fevereiro. Ele disse esperar que os Emirados Árabes Unidos liderem o principal órgão da ONU  com sabedoria e observou que “os Emirados Árabes Unidos têm uma escola diplomática forte” para atuar nas circunstâncias atuais.

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