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Israel suspende despejo em Sheikh Jarrah sob preocupações de segurança

Os onze membros da família Salem vivem na mesma casa há 70 anos, no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém ocupada, e seriam expulsos em março

A família Salem, residente do bairro de Sheikh Jarrah em Jerusalém ocupada, sob ameaça de expulsão por um grupo colonial judaico, pode respirar aliviada por um breve momento, após uma decisão do judiciário israelense para suspender a decisão devido a receios de segurança.

Ainda este mês, uma corte da ocupação havia ordenado que os onze membros da família seriam despejados de sua casa entre 1° de março e 1° de abril.

Yonatan Yosef, vereador de extrema-direita da câmara de Jerusalém, e Arieh King, vice-prefeito da cidade, alegaram que suas famílias compraram o imóvel de “proprietários judeus”, antes de 1948, quando foi criado o Estado de Israel.

A residência da família Salem — três gerações nasceram no local — situa-se no lado oeste de Sheikh Jarrah. Das 45 famílias palestinas que vivem na região, dezessete enfrentam ordens de despejo, outorgadas pela ocupação israelense.

A família Salem, no entanto, pode ser a única a chegar ao fim de seu processo judicial, caso os tribunais de Jerusalém decidam indeferir recursos dos residentes palestinos.

Família Salem e ativistas celebram decisão judicial para suspender sua ordem de despejo, em Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental, 22 de fevereiro de 2022 [Enes Canlı/Agência Anadolu]

Como muitos palestinos de Sheikh Jarrah, a família esperava ser expulsa de sua própria casa em breve. Contudo, fontes policiais e analistas advertiram, ao longo da semana, que a execução do mandado poderia reacender confrontos em Jerusalém.

A polícia mostrou preocupação em particular com o momento da operação, às vésperas do mês islâmico do Ramadã, no início de abril.

LEIA: UE pede fim da violência de colonos e das provocações em Sheikh Jarrah

No último ano, esforços para deslocar famílias palestinas em Sheikh Jarrah deflagraram semanas de violência, culminando na brutal ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, que deixou 230 palestinos mortos, incluindo 65 crianças.

Segundo relatos, os advogados que trabalham para expulsar os palestinos de Sheikh Jarrah são financiados por organizações de extrema-direita que buscam alterar a identidade demográfica de Jerusalém, ao despejar os árabes nativos e substituí-los por colonos judeus.

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