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Banco suíço vaza dados ‘imprecisos e equivocados’, alega Jordânia

Os dados vazados incluem 18 mil contas bancárias — entre elas, do Rei da Jordânia.

Rumores de que o Rei Abdullah II abriu contas secretas em bancos da Suíça, em meio aos levantes da Primavera Árabe, são “anacrônicas, imprecisas e equivocadas”, com intuito de difamar o monarca, alegou ontem (21) a Corte Real da Jordânia.

No domingo (20), dados bancários vazados de maneira anônima ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung expuseram detalhes da fortuna oculta de clientes da Credit Suisse, envolvendo tortura, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e outros crimes graves.

Os dados vazados incluem 18 mil contas bancárias — entre elas, do Rei da Jordânia.

Segundo as informações, Abdullah e sua esposa, a Rainha Rania, abriram diversas contas durante o contexto de protestos populares no Oriente Médio, no início de 2011.

Na ocasião, líderes autoritários da Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen foram destituídos pela população. Na Síria, o levante culminou na guerra civil.

Dentre a fortuna do casal real, está uma conta estimada em US$244 milhões.

Nesse entremeio, a Corte Real Hachemita declarou em comunicado que a maioria das somas refere-se à venda de um Airbus 340 por US$212 milhões, para substituí-lo por uma aeronave menor e mais barata, da empresa aeroespacial Gulfstream.

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“Sua Majestade herdou dois aviões do falecido Rei Hussein, cujo valor da venda foi utilizado para substituí-los mais de uma vez nos últimos 20 anos, incluindo a venda do Airbus 340 e a compra da aeronave atualmente usada por Sua Majestade”, insistiu o órgão de estado.

A Corte Real alegou ainda que as contas em questão foram encerradas.

No entanto, há ainda uma conta do monarca jordaniano destinada a seus filhos, aberta em nome de Rania Al-Abdullah, supostamente oriunda de recursos particulares de seu marido.

A nota destacou que os recursos particulares do rei jordaniano são independentes do tesouro de estado, administrados por uma carteira privada, isto é, uma diretoria estabelecida sob jugo da corte há mais de sete décadas.

A corte hachemita argumentou ainda que todo e qualquer serviço internacional é submetido a auditorias profissionais e suas provisões são devidamente declaradas pelo governo e entidades doadoras, conforme acordos de cooperação e fiscalização.

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