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Iraque foi foco de investimentos chineses da Nova Rota da Seda, em 2021

Obras de uma rodovia em Colombo, Sri Lanka, após o Banco Central do país confirmar um empréstimo de US$1 bilhão de Pequim, como investimento à chamada Nova Rota da Seda, em 5 de agosto de 2018 [LAKRUWAN WANNIARACHCHI/AFP via Getty Images]

No último ano, o Iraque tornou-se foco da Iniciativa do Cinturão e da Rota, também conhecida como Nova Rota da Seda, esquema multibilionário de Pequim. Em 2021, o país árabe recebeu US$10.5 bilhões para financiar projetos de infraestrutura, incluindo uma refinaria de petróleo, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (2).

As informações são da agência de notícias Reuters.

No total, a China encaminhou investimentos e termos contratuais estimados em US$59.5 bilhões a 144 países. No ano anterior, foram US$60.5 bilhões, de acordo com relatório do Centro de Desenvolvimento e Economia Verde da Universidade Fudan de Xangai.

Não obstante, os estados no Oriente Médio vivenciaram aumento de 360% nos investimentos chineses, além de aumento de 116% nas obras compartilhadas, em relação a 2020.

O Iraque, de onde tropas estadunidenses enfim se retiraram no último ano, tornou-se então o terceiro maior parceiro da Nova Rota da Seda, com foco no setor de energia, após Paquistão e Rússia, desde 2013.

China e Iraque realizam obras estimadas em US$5 bilhões na enorme refinaria de al-Khairat, na província de Karbala. Além disso, a corporação Sinopec conquistou o contrato para desenvolver o campo de gás natural de Mansuriya, perto da fronteira com o Irã. Ambos os países colaboram ainda em projetos de energia solar e aeroportos.

Em 2021, os contratos da iniciativa chinesa foram calculados em US$45.6 bilhões, muito acima dos US$37 bilhões do ano anterior. No entanto, os investimentos caíram de US$23.4 bilhões a US$13.9 bilhões no mesmo período.

LEIA: China confirma oposição a sanções dos EUA ao Irã

Recursos em energia sustentável subiram ligeiramente de US$6.2 bilhões a US$6.3 bilhões. Em 2021, Pequim passou a recusar projetos referentes à indústria de carvão, após o presidente Xi Jinping prometer não construir instalações do tipo no exterior.

Para 2022, pesquisadores esperam uma aceleração em projetos de economia verde, conforme diretrizes do governo, embora investimentos relacionados ao petróleo tenham aumentado de US$1.9 bilhões em 2020 para US$6.4 bilhões no último ano.

Experts da Universidade Fudan, contudo, antecipam queda no engajamento chinês com a Nova Rota da Seda, ao constatar um esquema de cinco anos para investir US$550 bilhões no exterior, entre 2021 e 2025, incluindo países não-membros — isto é, 25% abaixo dos US$740 bilhões no período entre 2016 e 2020.

De fato, o engajamento chinês caiu 48% em 2021, em comparação com a escala anterior à pandemia do coronavírus, segundo os pesquisadores.

Sérvia e Indonésia, após o Iraque, foram os principais alvos de investimentos em infraestrutura da Nova Rota da Seda, no último ano. A China lançou o projeto em 2013, para ampliar vínculos comerciais com o restante do mundo, ao financiar obras em dezenas de países.

Alguns críticos, entretanto, observam que o financiamento oferecido por Pequim costuma ser desfavorável e pouco transparente. Além disso, podem levar países mais pobres, sobretudo na África, a dependerem da China por meio da dívida externa.

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