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Oriente Médio não tem ‘vácuo de poder’ e não há necessidade de ‘patriarca estrangeiro’, afirma ministro chinês

17 de janeiro de 2022, às 15h37

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em Ancara, Turquia, em 25 de março de 2021 [Ministério das Relações Exteriores da Turquia/Agência Anadolu]

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse ontem que não há “vácuo de poder” no Oriente Médio e não há necessidade de um “patriarca estrangeiro”.

Wang fez os comentários após uma semana de reuniões de alto nível com seus colegas da Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Omã, Turquia e Irã em Wuxi, província de Jiangsu, leste da China. Ele também manteve conversas com o secretário-geral do Conselho da Corporação do Golfo (GCC, na sigla em inglês).

De acordo com um comunicado no site do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang disse que a comunidade internacional deve ajudar, mas não interferir nos assuntos do Oriente Médio. “Os esforços da China para manter a estabilidade e promover a paz [na região] não pararam e não vão parar”, insistiu.

Wang se reuniu com os diplomatas do Golfo para desenvolver ainda mais a cooperação comercial e os intercâmbios culturais no início desta semana.

Ele também se encontrou separadamente com seu colega turco, Mevlut Cavusoglu, na quarta-feira, quando a questão da Região Autônoma de Xinjiang da China e a situação de sua população uigur foram discutidas, além das relações bilaterais entre os dois países.

Antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim no próximo mês, o estadista chinês disse esperar que a Turquia e os outros países de maioria muçulmana entendam as preocupações de segurança da China em relação ao combate ao terrorismo e separatismo na província de maioria muçulmana e ganhem seu apoio para suas políticas. No entanto, algumas organizações de direitos humanos e governos acusaram Pequim de realizar um genocídio contra os uigures, uma acusação que o governo chinês negou.

Durante sua reunião com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, na sexta-feira, Wang reafirmou a oposição da China às sanções dos EUA e o compromisso de reviver o acordo nuclear de 2015. Amir-Abdollahian também aproveitou a oportunidade para anunciar o lançamento do acordo de cooperação de 25 anos entre Teerã e Pequim.

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