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Conversas informais entre Talibã e oposição terminam sem progresso

Soldados do Talibã durante formatura da 1ª Brigada da 203° Corpo do Exército de Mansoori, na região sudeste, após três meses de treinamento em Khost, Afeganistão, 12 de janeiro de 2022 [Sardar Shafaq/Agência Anadolu]

Uma reunião para debater a reconciliação entre o movimento Talibã e a Frente de Resistência Nacional (FRN), liderada por Ahmad Massoud, encerrou sem qualquer avanço, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (14) pela rede de notícias AFP.

A FRN é a única entidade de oposição ao atual governo afegão, comandado pelo Talibã, e mantém controle da província de Panjshir. Seu líder é filho do falecido comandante mujahideen, Ahmad Shah Massoud, que lutou contra a ocupação militar da União Soviética.

Diante da ressurgência do Talibã, no último ano, a FRN negou se render. Em resposta, tropas do movimento islâmico invadiram a área e impuseram sua soberania, após confrontos.

Na segunda-feira (10) o Ministro de Relações Exteriores do Afeganistão Amir Khan Muttaqi confirmou negociações com Massoud ao longo do fim de semana, em Teerã, e prometeu a segurança do proeminente opositor caso retornasse ao país.

Ali Maisam Nazary, chefe de assuntos externos do grupo oposicionista, relatou à imprensa que o Talibã ofereceu ministérios e embaixadas, mas demonstrou não estar “disposto a mudar sua mentalidade”. Segundo Nazary, o Talibã recusou-se a constituir um governo inclusivo.

“Não houve resultados nessas conversas informais”, reafirmou Nazary. “Não estamos na mesma página. Nossa determinação por um governo inclusivo é diferente da deles”.

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As negociações foram recomendadas por países influentes em âmbito regional, como o Irã.

Nazary viajou ao Reino Unido, Suécia e França para angariar apoio à causa da resistência e insistiu que Massoud conduziu diversas viagens de sua parte. No entanto, recusou-se a especificar o itinerário do líder oposicionista por “razões de segurança”.

Segundo a AFP, o grupo insiste em possuir quatro mil combatentes. Neste contexto, Nazary pediu ajuda da comunidade internacional para preservar a “guerrilha” contra o Talibã. “Precisamos de qualquer ajuda”, afirmou. “Combatemos com nossos próprios recursos”.

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