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Belarus busca violência ao empurrar refugiados à Europa, afirma Polônia

Protesto em solidariedade aos refugiados presos na fronteira entre Polônia e Belarus, na cidade de Varsóvia, 17 de outubro de 2021 [WOJTEK RADWANSKI/AFP/Getty Images]

Nesta segunda-feira (8), autoridades polonesas acusaram o regime de Belarus de tentar incitar um confronto de larga escala, após viralizarem imagens nas redes sociais de centenas de refugiados a caminho da fronteira com a União Europeia.

Varsóvia afirmou ter mobilizado tropas à região, segundo informações da agência Reuters.

Em um vídeo compartilhado pelo blog bielorruso NEXTA, refugiados com mochilas e casacos de inverno são vistos caminhando no acostamento de uma rodovia. Outros registros mostram grupos na estrada, escoltados por homens armados e uniformizados.

‘Grande grupo de migrantes aproxima-se da fronteira com a Polônia’, afirma blog de Belarus

“Belarus deseja causar um incidente majoritário, de preferência com tiros e baixas”, alegou o vice-chanceler polonês Piotr Wawrzyk. “Segundo relatos da imprensa, prepara-se uma provocação perto de Kuznica Bialostocka, onde haverá uma tentativa de travessia em massa”.

A União Europeia também acusou a ditadura de Alexander Lukashenko de incentivar a passagem de refugiados do Oriente Médio e da África a países do bloco, como forma de “guerra híbrida” e retaliação por sanções de direitos humanos impostas a Minsk.

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No mesmo contexto, a Lituânia — estado vizinho e membro da União Europeia — encaminhou tropas à região de fronteira, a fim de preparar-se para um eventual surto migratório. Seu governo deve seguir os passos da Polônia e declarar “estado de emergência”.

A Polônia transferiu mais de 12 mil soldados à fronteira, anunciou o Ministério da Defesa, ao divulgar imagens aéreas de refugiados aglomerados no lado bielorruso.

A Letônia, que também compartilha divisas, descreveu a situação como “alarmante”.

Sviatlana Tsikhanouskaya, líder da oposição bielorrussa, exilada em solo lituano, reivindicou uma resposta veemente da União Europeia e das Nações Unidas.

“O regime em Belarus agrava a crise na fronteira — migrantes são empurrados ao lado europeu por homens armados”, declarou a ex-presidenciável em sua página do Twitter. “O tráfico humano, a violência e os maus tratos devem ter fim!”

O presidente Lukashenko, no entanto, nega fabricar uma crise migratória, ao sugerir culpa ocidental pelas travessias e pelo tratamento conferido aos refugiados.

Não obstante, o comitê de fronteira do estado bielorrusso confirmou a jornada dos requerentes de asilo à fronteira europeia e acusou Varsóvia de adotar uma “atitude desumana”.

União Europeia, Estados Unidos e Grã-Bretanha impuseram sanções a Belarus pela violenta repressão a protestos populares que eclodiram no país, após Lukashenko “conquistar” um sexto mandato como presidente, em eleições denunciadas como fraude.

Lukashenko desafia apelos por sua renúncia, enquanto preserva apoio financeiro e diplomático do governo tradicionalmente aliado de Vladimir Putin, em Moscou.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, defendeu nesta segunda-feira a abordagem de Minsk sobre a questão migratória, ao insistir que Lukashenko age legalmente.

Entidades beneficentes, não obstante, relatam condições aterradoras impostas aos requerentes de asilo que tentam atravessar a fronteira de Belarus à União Europeia, incluindo o clima congelante e a falta de alimentos ou cuidados médicos.

Autoridades polonesas reportaram a morte de sete refugiados em seu território, ao sugerir outras baixas do outro lado da fronteira.

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Grupos humanitários acusam o governo nacionalista em Varsóvia de violar o direito internacional de asilo, ao devolver os refugiados a Belarus, ao invés de analisar seus apelos por proteção. A Polônia aferra-se a ponderações de legalidade.

O premiê Mateusz Morawiecki declarou no Facebook: “A fronteira polonesa não é apenas uma linha no mapa. A fronteira é sagrada — sangue polonês foi derramado por ela!”

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