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Exército do Sudão impõe restrições de viagem a políticos civis, segundo relatos

Primeiro-Ministro do Sudão Abdalla Hamdok, na capital sudanesa Cartum, em 8 de fevereiro de 2021 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Forças de segurança do Sudão impuseram restrições de viagem a membros da força-tarefa responsável pela transição democrática no país, segundo fontes do governo.

Tensões entre líderes civis e militares escalaram pouco a pouco nas últimas semanas, após uma suposta tentativa de golpe de estado.

As informações são da agência Reuters.

A crise política deflagrou-se em 21 de setembro, quando o primeiro-ministro Abdalla Hamdok reportou que tropas desgarradas, ainda leais ao ex-ditador Omar al-Bashir, tentaram reverter à força a revolução que depôs o presidente sudanês em 2019.

Duas fontes de alto escalão no governo afirmaram hoje (13) que proibições impostas pelo Serviço de Inteligência Geral afetaram 11 oficiais civis, na maioria, membros do Comitê responsável por desmantelar o legado político e financeiro de Bashir.

A agência sudanesa, no entanto, não comentou as denúncias.

De acordo com as informações, a lista inclui Mohamed al-Faki, que acusou o exército de adotar o golpe como desculpa para consolidar seu poder.

Al-Faki também é parte do Conselho Soberano, órgão executivo do país, no qual representantes civis e militares dividem atribuições após a queda de Bashir.

O exército sudanês enfim depôs o longevo ditador sudanês em abril de 2019, após meses de protestos populares. Bashir, por sua vez, tomou o poder via golpe militar em 1989.

LEIA: Primeiro-ministro do Sudão pede unidade das facções militares

Desde o suposto ataque às instituições transicionais, no último mês, comandantes do exército removeram a proteção sobre membros da força-tarefa e passaram a demandar mudanças abrangentes na coalizão civil, com a qual compartilham o governo.

Uma fonte militar alegou, no entanto, que as Forças Armadas não têm qualquer envolvimento com as restrições de viagem e que tais medidas não cabem a suas funções.

De acordo com os relatos, a proibição é ilegal e foi promulgada do Serviço de Inteligência Geral, em lugar da Promotoria Pública.

O gabinete — órgão logo abaixo do Conselho Soberano — exorta investigações.

As restrições tornaram-se evidentes após o empresário Salah Manaa ter dificuldades para embarcar em um voo com destino ao Cairo, confirmaram as fontes.

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