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Justiça para Khashoggi não foi alcançada três anos após seu assassinato, aponta IPI

Um manifestante segura um pôster retratando o jornalista saudita Jamal Khashoggi em 25 de outubro de 2018 [Yasin Akgul/AFP/Getty Images]
Um manifestante segura um pôster retratando o jornalista saudita Jamal Khashoggi em 25 de outubro de 2018 [Yasin Akgul/AFP/Getty Images]

O Instituto Internacional de Imprensa (IPI, na sigla em inglês) disse, na sexta-feira, que não houve justiça para o falecido jornalista saudita Jamal Khashoggi, três anos após seu assassinato.

Em seu site, o IPI anunciou que 2 de outubro de 2021, marca três anos desde o assassinato de Khashoggi, descrevendo-o como um “ato hediondo pelo qual a justiça ainda é negada”.

Acrescentou: “A rede global do IPI condena veementemente a contínua impunidade no caso e pede à comunidade internacional que responsabilize a Arábia Saudita pelo assassinato”.

Conforme relatado pelo site, o vice-diretor do IPI, Scott Griffen, declarou:

Já se passaram três anos desde a morte abominável de Jamal Khashoggi a mando da Arábia Saudita.

Ele acrescentou: “Fala-se muito e são muitas as promessas da comunidade internacional sobre o fim da impunidade para crimes contra jornalistas. E ainda assim temos o regime saudita – um aliado de longa data dos países ocidentais – que não sofreu consequências significativas para a eliminação descarada de um jornalista crítico”.

Griffen continuou: “A rede global do IPI condena veementemente a impunidade contínua neste caso e continuamos a exigir responsabilidade total por este ato atroz”.

Em fevereiro deste ano, oficiais de inteligência dos EUA publicaram um relatório anteriormente confidencial afirmando que o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman provavelmente aprovou a operação para “capturar ou matar” Khashoggi.

Sob pressão internacional, as autoridades sauditas investigaram um total de 31 indivíduos pelo assassinato e prenderam 21 no final de setembro de 2019. Após um julgamento secreto no final daquele ano, 11 pessoas – cujos nomes nunca foram publicados – foram acusadas do assassinato pelo Tribunal Criminal de Riad.

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A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Agnes Callamard, autora de um inquérito sobre a morte de Khashoggi, descreveu o julgamento saudita como “uma paródia da justiça”.

Enquanto isso, na Turquia, 26 fugitivos sauditas foram julgados à revelia pelo assassinato desde julho de 2020.

Apesar da natureza amplamente simbólica do julgamento, a noiva de Khashoggi, os amigos e o relator especial da ONU o consideraram um “importante passo formalizado” na busca por justiça. A próxima audiência ocorrerá em 23 de novembro de 2021.

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