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Irã acusa agência nuclear da ONU de ser ‘não profissional’ e ‘injusta’

Kazem Gharibabadi, embaixador do Irã na ONU, em Viena, Áustria, 10 de julho de 2019 [Askin Kıyagan/Agência Anadolu]

Nesta quinta-feira (16), o Irã acusou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de ser “não profissional” e “injusta”, pouco antes de uma reunião entre as partes para solucionar um impasse sobre partículas de urânio descobertas em instalações não-declaradas.

As informações são da agência Reuters.

“A análise da agência em seu relatório é completamente não profissional, delirante e injusta”, afirmou Kazem Gharibabadi, embaixador iraniano na ONU, em comunicado endereçado aos 35 estados-membros do Conselho de Governadores da AIEA.

Gharibabadi referia-se particularmente a um trecho no qual a agência destacava a falta de progresso como gravemente debilitante às suas capacidades para determinar o uso pacífico do programa nuclear iraniano — como alega Teerã.

A questão em aberto dificulta esforços para retomar as negociações para ressuscitar o acordo nuclear assinado em 2015, abandonado pelos Estados Unidos três anos depois.

Após obter concessões para preservar o monitoramento no país, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, deve se reunir com o chefe do programa iraniano, Mohammad Eslani, em Viena, na próxima semana, para debater as partículas.

Teerã e aliados — como Moscou — insistem que a comunidade internacional e a AIEA devem ignorar as descobertas, pois as três instalações em questão datam do início dos anos 2000 e não há indícios de enriquecimento do material a níveis alarmantes.

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A AIEA, contudo, como sua prerrogativa de trabalho, busca verificar todo material atômico encontrado no país. Os rastros de urânio sugerem ainda que pode haver outros locais e materiais não declarados, incluindo uso potencial para armas nucleares.

“Gostaria de expressar minha apreensão sobre o exagero posto a algumas questões antigas e pouco relevantes pelo secretariado da AIEA”, reiterou Gharibabadi.

“Como é possível que uma amostra insignificante de material de duas décadas atrás possa afetar a natureza pacífica do programa nuclear de um país, enquanto este mesmo país acolhe mais de 20% das inspeções em nível global?”, prosseguiu.

Na terça-feira (14), a AIEA descreveu como “inaceitáveis” uma série de incidentes no Irã envolvendo seus inspetores — incluindo revistas abusivas e assédio a mulheres.

Ao negar as acusações, declarou Gharibabadi no Twitter: “As medidas de segurança nas instalações nucleares do Irã são compreensivelmente duras. Os inspetores da AIEA pouco a pouco surgiram com novas regras e regulações”.

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