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Juiz libanês ordena prisão de ex-ministro por explosão em Beirute

Parentes das vítimas da explosão no porto de Beirute reúnem-se na Praça dos Mártires e marcham às áreas atingidas de Mar Mikhael Bnabil e Gemmayzeh, durante velório simbólico em memória da catástrofe, em 8 de agosto de 2021 [Houssam Shabaro/Agência Anadolu]

O juiz responsável pelo inquérito sobre a explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto de 2020, emitiu um mandado de prisão ao ex-ministro de obras públicas Youssef Finianos, após o investigado faltar a uma audiência, reportou a imprensa estatal.

Segundo a Reuters, Finianos — político sob sanções dos Estados Unidos por seus vínculos com o grupo Hezbollah — não respondeu a contatos para comentar o caso, até então.

A enorme explosão foi causada pela combustão de toneladas de nitrato de amônio armazenados indevidamente há anos.

Trata-se do primeiro mandado de prisão emitido contra um ex-ministro pela investigação.

O incidente matou centenas de pessoas, feriu milhares e destruiu boa parte da cidade. No entanto, mais de um ano depois, nenhum oficial foi responsabilizado, a despeito dos apelos dos familiares das vítimas e da indignação popular.

A explosão que devastou Beirute

O juiz Tarek Bitar, incumbido de liderar o inquérito sobre o desastre, solicitou em julho depoimentos do ex-premiê Hassan Diab e outros oficiais de alto escalão.

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O antecessor de Bitar, Fadi Sawan, chegou a acusar Finianos de negligência. No entanto, o juiz foi afastado em fevereiro após uma corte deferir um pedido de dois ex-ministros também indiciados — Ali Hassan Khalil e Ghazi Zeaiter.

Todos os investigados negam qualquer delito.

O ex-primeiro-ministro deve prestar depoimento em 20 de setembro. Entretanto, deixou Beirute na última terça-feira (14) em direção aos Estados Unidos. Diab não confirmou sua presença na data prevista, até então.

Em 26 de agosto, Bitar emitiu uma intimação a Diab, após o político sunita deixar de comparecer a uma primeira audiência perante a corte.

Nesta quinta-feira (16), parentes das vítimas protestaram em frente ao Palácio da Justiça, no centro da capital libanesa, e bloquearam uma via próxima, para expressar seu repúdio às sucessivas obstruções impostas ao inquérito.

“Começaremos a adotar medidas que não são pacíficas”, advertiu Ibrahim Hoteit, porta-voz dos familiares das vítimas, à televisão local.

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