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Região árabe tem a maior taxa de desemprego do mundo, mostra relatório da ONU

Tunisianos protestam contra o desemprego e a pobreza e entram em conflito com as forças de segurança na cidade central de Kasserine, em 21 de janeiro de 2016 [MOHAMED KHALIL/AFP via Getty Images]
Tunisianos protestam contra o desemprego e a pobreza e entram em conflito com as forças de segurança na cidade central de Kasserine, em 21 de janeiro de 2016 [MOHAMED KHALIL/AFP via Getty Images]

A região árabe tem os maiores níveis de desemprego do mundo, especialmente entre mulheres e jovens, com 14,3 milhões de indivíduos já desempregados antes da pandemia de covid-19, revelou um relatório publicado hoje pela Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia Ocidental (ESCWA) e o Escritório Regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para os Estados Árabes.

Intitulado “Rumo a um caminho produtivo e inclusivo: Criação de empregos na região árabe”, o relatório destaca os altos níveis de emprego informal na região, totalizando cerca de dois terços do emprego total, resultado de mudanças demográficas, instabilidade política e baixos níveis de estabilidade fiscal e monetária.

A secretária executiva da ESCWA, Rola Dashti, enfatizou a falta de igualdade de gênero nos mercados de trabalho árabes, ilustrada pelas ações mais baixas das mulheres como proprietárias de empresas e pelos poucos cargos de alta gerência que ocupam.

“Devemos desafiar as percepções não discriminatórias de gênero nos mercados de trabalho para que as mulheres possam evoluir em suas carreiras e capitalizar o aumento de seus níveis de educação”, disse ela.

Por sua vez, a Diretora Regional da OIT para os Estados Árabes, Ruba Jaradat, destacou como a pandemia de covid-19 destacou a necessidade de abordar os déficits pré-existentes no mercado de trabalho na região, especialmente aqueles que afetam os trabalhadores mais vulneráveis.

“O impacto da crise tem sido particularmente devastador para jovens, pessoas com deficiência, mulheres, trabalhadores informais, migrantes e refugiados. É fundamentalmente importante que desenvolvamos um roteiro orientado à ação para avançar uma recuperação centrada no ser humano e construir um futuro melhor que proporcione segurança econômica, igualdade de oportunidades e justiça social”, enfatizou ela.

O relatório identificou vários setores que foram duramente atingidos pela pandemia na região, tais como manufatura, alojamento, imóveis e atividades comerciais e administrativas, nos quais 39,8 milhões de indivíduos estão sob a ameaça de perder seus empregos ou de uma redução de salários e/ou horas de trabalho.

Além disso, o relatório constatou que os sistemas de treinamento e currículos educacionais não estão de acordo com as necessidades do mercado de trabalho, levando a um descompasso significativo de habilidades. De fato, quarenta por cento dos empresários afirmam que a força de trabalho com um nível de instrução inadequado é um obstáculo na região.

Enquanto isso, a agitação política e os conflitos continuam sendo um obstáculo primordial na região, prejudicando o desempenho das empresas, afetando a confiança dos investidores e consumidores e, subsequentemente, limitando o investimento e o consumo.

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